A alta de 22% nas tarifas de energia elétrica em todo o Brasil puxou a inflação de março para cima. O índice foi o mais alto dos últimos 12 anos.
A inflação acabou caindo um pouco em abril, mas o acumulado mostra que os consumidores estão pagando muito caro pela energia elétrica. Nos últimos 12 meses o aumento do item chega a 85% em Curitiba, chegando a uma média de 59,93% em 13 áreas metropolitanas monitoradas pelo IBGE.
Destas áreas, no Nordeste, foram pesquisadas as regiões de Fortaleza, que, em 2015, teve reajustes de 47,95%, Recife, que teve aumento de 36,55% e Salvador, que passou por ampliação de 36,04% no valor da tarifa.
E a conta ainda pode continuar aumentando: nesta semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs um aumento de 15,16% para a Eletropaulo a partir do dia 4 de julho, no que será a quarta revisão tarifária da companhia somente neste ano.
A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), que representa grupos como Alcoa, Gerdau, Braskem, Vale e Votorantim, acaba de entrar na Justiça contra a cobrança de um dos encargos embutidos na conta, a Contribuição de Desenvolvimento Energético (CDE).
De acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) no final de abril, as dificuldades vividas pelo setor elétrico nos últimos anos possuem “estreita relação” com deficiências da atuação governamental no setor.
O TCU nota que a Medida Provisória 579, que antecipou a renovação das concessões de energia elétrica em geração e transmissão, não teve os efeitos esperados e permitiu apenas uma redução inicial e provisória dos preços de energia.
Aproximadamente um terço da energia nova a ser gerada por projetos previstos para o intervalo de 2015 a 2020 está em empreendimentos paralisados ou com obras não iniciadas.
A recessão econômica ajudou a causar uma queda de 4,1% no consumo em abril, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).