O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), surpreendeu os deputados da CPI ao defender a exumação do corpo do ex-deputado José Janene, apontado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como o principal operador dos desvios da Petrobras mediante pagamento de propina. Motta disse que vai apresentar requerimento pedindo a exumação. O pedido ainda não tem data para ser votado pela CPI.
Janene morreu em janeiro de 2010, depois de ter sido acusado de envolvimento no Mensalão. A eventual exumação do corpo foi sugerida depois de informações atribuídas à viúva do ex-deputado, Stael Janene. “A informação da viúva de Janene, Stael, chegou a mim ontem. De acordo com ela, o corpo de Janene foi velado em caixão lacrado, o que era desnecessário, já que ele havia sido vítima de ataque cardíaco”, justificou Hugo Motta. Ele não quis revelar a fonte da informação de que a viúva de Janene teria dito isso. Em 2006, uma junta médica da Câmara dos Deputados concluiu que Janene sofria de problema cardíaco grave, e ele só não foi aposentado por invalidez porque o pedido foi rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ).
O pedido não foi acatado de maneira unânime. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse que a exumação de um corpo é um desvio de foco da CPI. “Temos uma lista de empresários para depor e sequer conseguimos marcar os depoimentos”, disse Delgado, que leu notícias da imprensa da época da morte de Janene. “Ele morreu no Instituto do Coração de São Paulo, depois de ficar na fila do transplante cardíaco por três meses. Por que não pedimos informações ao Incor em vez de partir para a exumação?”, perguntou Delgado.
A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) sugeriu que, antes de aprovado o pedido de exumação, seja convocada para depor a viúva de Janene.
Agência Câmara