O juiz Bartolomeu Correia Filho explicou o episódio rumoroso descrito em um ofício encaminhado pela promotora de Justiça Elaine Cristina Pereira Alencar ao procurador geral de Justiça Bertrand Asfora.
O magistrado, acusado pela promotora, de ferir a conduta dos servidores públicos no Fórum Afonso Campos, em Campina Grande, na última sexta-feira, 8, ao exibir uma arma e baixar a calça para mostrar ferimentos em uma das pernas, negou, durante entrevista ao ParlamentoPB, que tenha agido com falta de decoro e se disse perplexo com o conteúdo do ofício da representante do Ministério Público.
“Estou mais que perplexo. Estou estupefato! Nunca imaginei que a promotora pudesse ter ficado tão ofendida porque ela, em momento algum, expressou isso. Agi com inocência e preciso contextualizar a narrativa para que não pareça que ofendi a moral com minha atitude”, disse o magistrado.
A narrativa do juiz começa pela explicação do uso da arma. “Tenho porte de arma e ando armado porque sou juiz criminal e, além disso, tenho recebido ameaças. Não fui à mídia para divulgá-las, mas elas existem. No estacionamento do fórum, deixamos as chaves dos veículos com um flanelinha, que toma conta dos carros. Eu, obviamente, não deixaria uma arma no interior do veículo para que ele não corresse o risco de se ferir ou a outrem. Então, pus a pistola na cintura. Chegando à audiência, onde estavam apenas os juízes vogais e a promotora, sem outras pessoas, tirei a arma da cintura, porque ela incomoda, e adotei os procedimentos de segurança para colocá-la sobre a mesa porque a gaveta estava quebrada. Inclusive, informei que não havia bala na agulha. A audiência transcorreu normalmente e quando já estava concluída, começamos a conversar, informalmente. Era o que se pode chamar de “conversa de homem”. Os colegas perguntaram sobre aquela arma e falamos sobre outros modelos. Depois, falei sobre o acidente de moto que sofri há poucos dias e relatei que, apesar de ter muitas dores no braço e perna, que estavam inchados porque os ralei de encontro ao asfalto, preferi ir trabalhar porque não haveria substituto. E me empolguei no relato que fazia sobre os riscos de um acidente de moto e acabei mostrando os ferimentos que foram gerados na perna para dar a eles a dimensão das dores que estava sofrendo naquela hora. Jamais pensei que pudesse estar ofendendo a promotora. Se achasse isso, teria pedido desculpas na hora. Mas, ela não disse nada. Ela sorriu. Eu mostrei a foto de minha motocicleta. Ela disse que era bonita e eu argumentei que pensava em vender porque o veículo representava um risco à minha integridade. Assinamos a ata. Fomos embora. E no sábado eu fiquei sabendo do conteúdo do ofício pelas redes sociais”, disse Bartolomeu.
Fonte: parlamentopb.com,br