Após a operação surpresa que terminou com a prisão de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, e outros executivos da Fifa na Suíça, a Justiça dos Estados Unidos garantiu que a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, será investigada a fundo, e que os acusados de corrupção podem ser presos por até 20 anos.
“O processo de candidatura do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 já está sendo investigado. No entanto, não posso dar mais detalhes sobre isso no momento”, revelou Loretta Lynch, secretária de Justiça dos EUA, em coletiva realizada em Nova York, nesta quarta-feira.
“As penas para os acusados podem chegar a até 20 anos de cadeia, mas depende de cada um dos acusados. Vamos ver cada investigação caso a caso para ver a possível pena para cada indivíduo”, completou.
Segundo Kelly Currie, promotor federal de Nova York, diversos países estão colaborando com a investigação, que tem como objetivo “limpar de vez o futebol mundial”.
O advogado disse que as informações já estão sendo passadas para o Brasil, onde muitos casos devem se desenrolar nos próximos meses.
“Já enviamos diversas inforamações para as autoridades brasileiras, que agora devem proceder da maneira que lhes parecer adequada”, afirmou Currie.
Segundo o promotor, os Estados Unidos conduziram as investigações porque diversos processos de distribuição de propinas aconteceram em solo americano, além de envolverem entidades sediadas no país, como a Concacaf, que fica em Miami.
O FBI, que esteve presente na prisão dos acusados em Zurique, também se pronunciou sobre o caso, e assegurou que está trabalhando para desmembrar os esquemas de corrupção que assolam o futebol mundial.
“Uma das lições desse caso é a mensagem que podemos mandar: este tipo de esquema não passará despercebido, será sempre notado. Muitas pessoas se envolvem nesse tipo de prática pensando que vão se dar bem, mas não será assim. Estamos atrás de desmembrar os esquemas e não iremos descansar até o momento que o mundo entenda que esses esquemas não serão tolerados e serão castigados com todo o rigor da lei”, bradou James Comey, diretor do FBI.