A seleção e a ordem de votação dos 140 requerimentos de convocação que estão na pauta de hoje da CPI da Petrobras provocou discussão entre o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), e integrantes do colegiado.
Ao dar início à sessão, Motta retirou da pauta todos os 50 pedidos de preferência feitos pelos deputados, o que incluiu os requerimentos selecionados pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). “Pela primeira vez, os requerimentos selecionados pelo relator vão ficar de fora”, protestou Luiz Sérgio.
Motta argumentou que o Regimento Interno da Câmara considera automaticamente prejudicados todos os pedidos de preferência se o seu número ultrapassar cinco. “E há mais de 50 pedidos”, explicou o presidente da CPI.
Blindagem
O deputado Ivan Valente (Psol-SP) reclamou da não inclusão na pauta de requerimentos de convocação do empresário Júlio Camargo, ex-representante de estaleiros, e do policial Jayme de Oliveira, acusado de ser o transportador de malas de dinheiro de propina do doleiro Alberto Youssef. “Júlio Camargo tem delação premiada e já devia ter sido convocado há muito tempo. Nós não conseguimos até hoje votar o requerimento. O mesmo em relação ao Jayme Oliveira, o Careca, que é maleiro. Peço a inclusão na pauta desses requerimentos. Se não forem incluídos hoje, vou entender como uma blindagem eterna a esses cidadãos”, disse.
José Dirceu
O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) pediu a retirada de pauta de requerimento de transferência dos dados das quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu – requerimento feito pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). “Vossa excelência não quer fazer uma investigação transparente . Ao colocar esse requerimento na pauta, o senhor tem uma atitude partidária”, disse Prascidelli, se dirigindo ao presidente da CPI.
Hugo Motta colocou em votação o pedido de Prasdicelli e o plenário rejeitou a retirada de pauta – ou seja, a comissão vai votar o requerimento de Carlos Sampaio. ”Ou a CPI dá as respostas que o povo brasileiro quer ou não vamos mais poder andar de cabeça erguida nas ruas”, respondeu o presidente.