Segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo UOL, a Rede Globo e as cinco emissoras de sua propriedade teriam recebido R$ 6,2 bilhões em publicidade federal durante os últimos doze anos de governo petista. A segunda maior verba foi destinada à Record: R$ 2 bilhões. De 2003 a 2014, o SBT recebeu R$ 1,6 bi, a Band, R$ 1 bi e a Rede TV! ficou com R$ 408 milhões.
O montante é ainda maior quando considerados os valores pagos às emissoras filiadas do Grupo Globo. Nessa mais de uma década a RBS recebeu R$ 63,7 milhões e a Rede Bahia, teve um faturamento de R$ 50,9 milhões. Outra, de propriedade do empresário José Hawilla, envolvido no escândalo de corrupção da Fifa, é a TV Tem, que teria faturado R$ 8,5 milhões.
Lula e Dilma investiram um total de R$ 13,9 bilhões para fazer propaganda em todas as TVs do país. A parte destinada somente às emissoras da Rede Globo representa quase metade desse total. Apesar disso, a porcentagem destinada à Globo tem sido reduzida.
Ao final do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 2002, as emissoras globais detinham 49% das verbas estatais destinadas à propagada em TV aberta, chegaram a 59% durante o governo Lula e, no ano passado, a Globo ainda liderava com R$ 453,5 milhões investidos, mas do total, o valor representa 36%.
Outras plataformas
O meio Internet é o segundo que mais recebe dinheiro para publicidade estatal do governo. O maior portal do país, o UOL, que pertence ao Grupo Folha e recebeu 39,8 milhões de visitantes únicos em dezembro de 2014, teve R$ 14,7 milhões de faturamento. Já o G1 e o portal Globo.com que, somados, tiveram uma audiência de 34,1 milhões de visitantes únicos em dezembro de 2014, receberam R$ 13,5 milhões de verbas federais de publicidade nesse ano. O Terra e o R7 receberam 9 e 6 milhões de reais respectivamente.
Entre 2003 e 2014, os jornais impressos arrecadaram R$ 2,1 bilhões com propagadas de Lula e Dilma. Do total, R$ 730,3 milhões, 35%, foram destinados a apenas quatro publicações: O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Valor Econômico. Essas mesmas publicações recebiam um volume de receita proporcionalmente igual entre 2000 e 2002, mesmo com FHC na presidência.
O jornal impresso agraciado com a maior verba em 2014 foi O Globo: R$ 21,5 milhões.
A versão digital desses impressos que mais recebeu verba em 2014 foi o jornal O Estado de S. Paulo, seguido por O Globo, com R$ 2,7 mi e R$ 2,4, respectivamente. A Folha de S. Paulo recebeu R$ 2,1 +milhões e o Valor recebeu R$ 288 mil, apenas 10,5% do valor destinado ao Estadão.
Entre as revistas, a semanal Veja recebeu R$ 19,9 milhões –o ano em que recebeu mais foi 2009, quando o governo federal lhe destinou R$ 43,7 milhões. No total, a revista já recebeu R$ 370,9 mi de Dilma e Lula. Abaixo dela vem a Época, com R$ 168, 4 mi, a IstoÉ, com R$ 145,4 mi e a CartaCapital recebeu R$ 61 mi, 16,4% do destinado à Veja.
Somando as verbas da publicidade feita por empresas estatais, Veja recebeu mais de R$ 700 milhões nos governos Lula e Dilma.
No governo Fernando Henrique, CartaCapital recebeu R$ 2,9 milhões em verbas federais, contra R$ 89 milhões de Veja, R$ 45 milhões de Época e R$ 38 milhões da Istoé. (Carta Capital)