Trabalho feito por várias mãos, de diversos lugares, com muitas formas e cores. Assim é o artesanato realizado pelas 71 cooperativas e associações paraibanas, que estão expondo diversas peças no 22º Salão de Artesanato da Paraíba, em Campina Grande. O evento já vendeu 46 mil peças e comercializou R$ 824,3 mil, até esta quarta-feira (24). Com um público de mais de três mil pessoas por dia, a meta é atingir 100 mil visitantes até o dia 30 e vender cerca de R$ 1,3 milhões. O Salão está funcionando na avenida Severino Bezerra Cabral, na antiga Ourovel.
Com o tema “Mãos que trabalham nossa cultura”, a 22ª edição do salão funciona diariamente, das 15h às 22h. Gratuito, o evento expõe diretamente trabalhos de 400 artesãos de 62 municípios paraibanos e está atraindo turistas brasileiros e estrangeiros, de países como França, Holanda, Inglaterra, África do Sul e Portugal.
O superintendente do Sebrae Paraíba, Walter Aguiar, destacou que acredita na força do artesanato, não somente como expressão da arte e cultura do povo paraibano, mas também como impulsionadora do desenvolvimento local. “Muitos artesãos são verdadeiros empreendedores e se organizam em cooperativas e associações com o apoio do Sebrae. O Salão é a demonstração de que o artesanato tem espaço entre os paraibanos”, disse.
“Cerca de 70% dos artesãos do Estado vivem das vendas do Salão. O evento está cada vez maior e os investimentos são importantes para quem tem um pequeno negócio. O Governo do Estado, junto com o Sebrae, pensou em uma exposição que envolva o visitante, seja turista ou não. Além do artesanato, há forró pé de serra, teatro e gastronomia”, disse a coordenadora do PAP, Lu Maia Bezerra.
As mais de 70 cooperativas e associações de artesãos estão presentes nos estandes do Salão. Os esforços coletivos estão representados nas peças de fios, madeira, algodão colorido, fibra, cerâmica, couro, tecelagem, brinquedo, pedra, metal, osso, artesanato indígena, cordel e xilogravura. Com milhares de peças expostas, o evento é o maior do segmento de artesanato do Estado.
Para Ana Lúcia Frutuoso, vice-presidente da Associação das Costureiras e Artesãs de Alagoa Nova (Adacan), estar no Salão, representando as associadas, é uma honra. “É divertido e é um mês muito bom para se vender”, falou. Ela está expondo mais de 120 produtos da sua cidade e região. Conjuntos de cozinha, passadeiras, bolsas, tapetes, entre outros, são os frutos de uma produção coletiva que foi orientada pelo Sebrae Paraíba.
Já a renda Renascença é vendida num estande que reúne cinco associações da Borborema e Cariri. Mulheres do Ingá, Projeto “Olê mulher rendeira, olé mulher rendá”, Associação Rural da Comunidade Cacimba Nova e Arca (São João do Tigre). Segundo a vendedora Severina Maria Pereira, da Arca, o estande oferece peças de R$ 15 a R$ 3 mil, o que mostra a variedade de produtos que se comercializa durante o salão.
Outro exemplo de artesanato vendido por um grupo de artesãos é o da Associação das Crocheteiras de Areial. Conforme a artesã Antônia Ilmar, que comercializa diversas peças de crochê, este ano tem sido de boas vendas. “Já vendi umas 100 peças e já tenho bastante encomendas para os próximos meses”, informou. O estande das crocheteiras tem vestidos, blusas, passadeiras, entre outros.
Habilidades manuais e gastronomia regional são outros tipos de artesanato que estão no Salão. Outra tipologia que se destaca é o barro. Na saída do Salão, grandes esculturas de argila ganham destaque com um belo projeto de iluminação. As peças são de um grupo de artesãos quilombolas de Gurugi, “Mães de Barro” e de José Carlos (Tequinho), de João Pessoa.
O Salão de Artesanato da Paraíba é uma realização do Governo da Paraíba e do Sebrae Paraíba e conta com o apoio do Governo Federal, Programa de Artesanato Brasileiro (PAB), Linhas Círculos, Made In Paraíba, Escola de Inglês CNA, IFPB, Água Mineral Indaiá e Grupo 3 Corações.