A presidente Dilma Rousseff defendeu o ministro da Fazenda Joaquim Levy, afirmando ser injustas as críticas dirigidas a ele: “Não é responsabilidade exclusiva dele. Não se pode fazer isso, criar um judas. Isso é mais fácil. É bem típico e uma forma errada de resolver o problema”, afirmou, referindo-se às medidas de ajuste fiscal em entrevista ao Estado de S. Paulo.
Dilma destacou que a retomada do crescimento começa com o ajuste e se complementa com medidas que serão anunciadas até agosto. Ela citou o Programa de Investimento em Logística, o Plano Safra da Agricultura Familiar, além dos investimentos previstos pela Petrobras.
Ainda sobre a estatal, ela afirma: “Nós viramos uma página”. “Uma empresa que tem mais de 90 mil funcionários, que ganhou o prêmio na OTC (Offshore Technology Conference, entidade do setor de energia) por inovação, pela capacidade de extrair de áreas profundas, não está comprometida por cinco, seis, sete, ou sei lá quantos anos. A Petrobrás tem hoje todas as condições, mas, obviamente, o mercado precisa ajudar”, disse.
Dilma se colocou contra a mudança na maioridade penal: “Eu não sou a favor por um motivo muito simples: onde ocorreu, ficou claro que isso não resultava em proteção aos jovens. Defendemos um projeto de lei no qual puniríamos fortemente o adulto da quadrilha que usasse criança e adolescente como escudo. E o crime hediondo praticado por menor tem de ter tratamento diferenciado. As medidas socioeducativas têm de ser prolongadas.”
A presidente também destacou a importância da revisão das desonerações e minimizou as derrotas no Congresso. Com relação à terceirização, ela reforçou a importância da regulamentação, mas disse que é preciso haver diferença entre atividade-meio e atividade-fim, “porque aí você ‘pejotiza’ e informaliza o mercado de trabalho, que eu acho que é a grande característica ruim da lei.”
A presidente também falou sobre a crise na Fifa, defendendo as investigações. “Se tem problema na CBF, na Fifa, que comece a ser investigado. Quem tiver de ser punido, que seja. E que se coloque de forma clara que estes organismos têm de ser transparentes e prestar contas, porque mexem com volume grande de dinheiro. Não vejo motivo [para chegar à Copa no Brasil]. O Brasil não é um país qualquer em matéria de futebol. Não precisamos pagar ninguém para trazer a Copa, que foi a mais lucrativa que se tem notícia.”