A convenção estadual do PSDB não serviu só para que o partido decidisse quem irá comandar a legenda no próximo processo eleitoral, até porque não houve muita mudança quanto ao que já estava estabelecido.
O encontro de ontem serviu, sobretudo, para que os líderes soubessem que realmente está ao lado dos tucanos para o que der e vier. E este não é bem o caso do ex-senador Cícero Lucena.
Cícero já arranhou o disco de tanto dizer que não fará mais parte da política do PSDB na Paraíba, já sugeriu arrogância do senador Cássio Cunha Lima, mas efetivamente Lucena não larga o osso.
Ele não foi a convenção, mas para quem ficou na Assembleia Legislativa até o último minuto, no dia de ontem, pode constatar a presença discreta de Lauremília Lucena apenas para assinar a ficha que a mantém no cargo de presidente do PSDB em João Pessoa, contrariando a hipótese levantada pelo marido de que ela rejeitaria o posto.
Pois bem, alguns comentários surgiram para justificar a ausência de Cícero e presença tímida de Lauremília. Uns apostam que a ex-primeira dama foi escalada na última hora por Cícero depois que viu o peemedebista Manoel Júnior ganhando espaço entre os tucanos.
Outros acreditam que Lauremília é o único fio de ligação entre Cássio e Cícero. Ela funcionaria como elo na tentativa de atrair Cássio para bajular publicamente Cícero até que ele cesse com fingimentos e assuma que está mais ativo na política do que aqueles que se colocam como protagonistas do próximo processo eleitoral.
Independente do que deseja a família Lucena, o senador Cássio foi bem claro no discurso: Quer sair da política, saia. Agora que não venha fazendo biquinho depois. A fila precisa andar.
Se Cícero tem o desejo de permanecer no ninho tucano, o caminho não será o de esperar afagos de Cássio, até porque ultimamente ele só tem provado dos coices do senador.