Segundo informações do Ministério da Saúde e de secretarias estaduais, o Zika Vírus, febre “prima” da dengue identificada no país há cerca de um mês, já soma casos confirmados em pelo menos oito Estados – Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Alagoas, Pará, Roraima, Rio de Janeiro e Maranhão.
O Ministério da Saúde não informou o total de registros. Em contato com as secretarias estaduais, foram identificados ao menos 34 casos já confirmados após exames.
O rápido aumento dos índices indica que o Zika já circulava no Brasil, mas só agora passa a ser contabilizado. A suspeita é de que tenha chegado ao país com turistas durante a Copa de 2014.
— No início, todo mundo ficou pensando que era uma dengue atípica — diz a infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen, do comitê de saúde do viajante da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que “está monitorando a circulação do vírus” e prepara documento com proposta de vigilância e orientações. A entidade, no entanto, diz que não contabilizará mais casos por considerar a doença “benigna”. Embora seja transmitido pelo mesmo vetor que a dengue, o Aedes aegypti, o Zika tem sintomas mais leves e recuperação mais rápida, de sete dias.
A expectativa é de que a doença possa dar uma trégua nas próximas semanas devido à chegada do inverno, estação com clima desfavorável ao mosquito transmissor, assim como ocorre com a dengue.
Hoje, não há um remédio específico para o Zika. O tratamento é sintomático e baseado no uso de medicamentos para febre e dor, conforme a orientação médica. O uso de ácido acetilsalicílico e drogas anti-inflamatórias não é indicado, já que aumentam o risco de complicações.
Um boletim do Ministério da Saúde divulgado na quarta-feira aponta queda de 68% nos casos de dengue no mês de maio, em comparação a abril.