Dirigentes do PP prometem denunciar participação de Dilma em esquema de propina na Petrobras para proteger deputados do partido citados na operação Lava Jato. O partido pretende usar declarações de Dilma feitas a Aguinaldo Ribeiro sobre envolvimento de um dos diretores da estatal. Aguinaldo sabe que Dilma tinha ciência de tudo o que acontecia.
Nos bastidores, dirigentes do PP fecharam um discurso de defesa da atual cúpula do partido que, na interpretação deles, pode expor uma contradição da versão apresentada por Dilma até agora, diante dos fatos da Operação Lava Jato.
De acordo com esses dirigentes, Dilma chegou a falar isso com todas as letras para o então ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, logo depois que ele tomou posse, no início de 2012.
Segundo esse relato, na ocasião, a bancada do PP queria manter Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Mas, de acordo com os dirigentes do PP, Dilma reagiu: “Não vou manter o Paulo Roberto Costa. Ele está envolvido num esquema pesado na Petrobras. Ele está fora”, teria dito a presidente.
Paulo Roberto Costa caiu logo depois da conversa de Dilma com o ex-ministro Aguinaldo Ribeiro. “Essa coisa da Dilma dizer que não sabia de nada não se sustenta. Os fatos mostram que ela sabia do esquema. E que só depois de um bom tempo no governo é que fez as mudanças na Petrobras”, observou um dirigente do PP.
A atual cúpula do partido argumenta que assumiu o controle do PP no mesmo momento em que Paulo Roberto Costa caiu. Apesar desse argumento, os nomes que integram o atual comando do PP foram citados pelos delatores da Operação Lava Jato como beneficiários do esquema. Na primeira lista apresentada por Rodrigo Janot (PGR), aceita pelo Supremo Tribunal Federal, o PP aparece com o maior número de parlamentares investigados. (Com Gerson Camarotti)