Há 23 anos, a Casa da Dinda – mansão do ex-presidente Fernando Collor de Mello – ocupou o noticiário nacional sob a suspeita de que a reforma milionária de seus jardins teria sido paga com dinheiro proveniente de contas fantasmas geridas pelo empresário PC Farias, tesoureiro de campanha do então ainda presidente.
Na manhã de hoje, a mansão, que fica às margens do Lago Paranoá em Brasília (DF), voltou a ficar na mira de investigações da Polícia Federal. Dessa vez, no âmbito da Operação Politeia, a primeira fase da Operação Lava Jato voltada para a investigação de políticos suspeitos de envolvimento no escândalo de corrupção da Petrobras.
Collor é um dos parlamentares que estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal. Com base em depoimentos do doleiro Alberto Youssef, a suspeita é de que o hoje senador pelo PTB tenha recebido cerca de 3 milhões de reais por um contrato da BR Distribuidora.
Na operação deflagrada hoje, foram apreendidos três veículos de luxo que estavam guardados na Casa da Dinda: uma Ferrari, um Porsche e uma Lamborghini.
Em 1992, a imagem do Fiat Elba entrando nas dependências da residência virou um dos símbolos das suspeitas de irregularidades no governo Collor. Tal qual a reforma dos jardins da mansão, o veículo teria sido comprado com dinheiro oriundo de contas fantasmas.
Casa de polêmicas
Residência oficial da presidência da República durante o período em que Collor esteve no poder, a Casa da Dinda foi um dos pivôs do escândalo que levou Collor a encarar um processo de impeachment.
A reforma de seus jardins, orçada em 2,5 milhões de reais, teria levado três anos para ser finalizada, segundo o paisagista José Roberto Nehring revelou para a reportagem da revista VEJA, em setembro de 1992.