Na segunda reunião entre patrões e empregados das empresas de transporte coletivo urbano de João Pessoa não houve acordo. Os trabalhadores pedem um reajuste de 12% nos salários e aumento no ticket alimentação. A classe patronal subiu sua proposta de 4% para 6% no reajuste salarial, sem acréscimos no valor do ticket.
A segunda reunião de conciliação foi realizada no início da tarde desta terça-feira (30), na sede da Superintendência Regional do Trabalho na Paraíba, no centro da Capital. A data-base da categoria é 1º de julho. A primeira reunião aconteceu no último dia 17.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos da capital (Sintur-JP), Alberto Pereira, a classe patronal já fez um esforço muito grande para elevar a proposta de reajuste salarial de 4% para 6%. “Estamos trabalhando no vermelho, com uma tarifa desafasada, com queda acentuada de passageiros e consequente redução da receita, além de acumularmos vários aumentos, principalmente do óleo diesel, que é o segundo maior custos das empresas”, afirma o empresário.
Alberto afirma que a tarifa praticada de João Pessoa deveria ser de, pelo menos, R$ 2,80. “A própria tarifa técnica calculada pela SEMOB quando da última recomposição tarifária, já acusava um valor maior do que foi aprovado, de forma que estamos trabalhando com uma tarifa que não está cobrindo os custos já há algum tempo”, destaca Alberto. Ele afirma que cidades com sistemas de transporte público similares a João Pessoa, como Aracaju e Maceió, já praticam, desde o ano passado, tarifas maiores que a da capital paraibana. “Em Aracaju o valor é de R$ 2,70, enquanto que em Maceió – que já era de R$ 2,50 – ficou em R$ 2,75 desde começo deste ano”, diz ele, comprovando a defasagem do preço da tarifa de João Pessoa que, atualmente, é de R$ 2,45.
Ainda segundo o empresário, a classe patronal espera que os trabalhadores sejam sensíveis a essa realidade de crise e entendam que uma greve, na atual conjuntura, só vai prejudicar a população. Ano passado, depois de muitos anos sem deflagrar uma greve, houve uma paralisação de três dias da categoria obreira. As empresas entraram com uma liminar e conseguiram na Justiça a ilegalidade do movimento. “Esperamos não ter que passar por essa situação novamente”, finaliza o empresário.
Atualmente, os motoristas da capital recebem um salário de R$ 1. 650,00 mais R$ 363,00 de ticket alimentação. O valor do ticket dos cobradores é R$ 193,00 e o salário mensal é R$ 876,00. A folha de pessoal é o maior custo operacional do sistema de transporte, seguido das despesas com combustível.
Assessoria