Um dia após a advogada de 9 dos delatores que estão colaborando com as investigações da Operação Lava Jato se ausentar dos casos e conceder entrevista ao Jornal Nacional, afirmando que recebeu ameaças de políticos depois das primeiras citações nos depoimentos, o presidente da CPI, Hugo Motta, usou as redes sociais para fazer esclarecimentos sobre a fala da advogada.
O deputado taxou de ‘equivocadas’ as declarações de Beatriz Catta, e afirmou que manterá a convocação para que ela compareça à CPI.
O principal citado nas delações dos clientes de Beatriz é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do partido de Hugo Motta, o PMDB.
Com relação a entrevista da advogada Beatriz Catta Preta ao Jornal Nacional, temos a esclarecer o que segue:
1 – Não parece verossímil que a advogada criminalista de corruptos confessos, que desviaram bilhões de reais, se sinta intimidada de forma velada, sem citar e nem apresentar qualquer ameaça ou fato concreto que justifique suas afirmações;
2 – A convocação da advogada Beatriz Catta Preta se deu na data de 09/07/2015, antes do delator Julio Camargo mudar sua versão, o que ocorreu em 16/07/2015. O fato, em si, apresenta argumento que desmente a principal acusação da advogada: a de que a CPI estaria tentando intimidá-la por conta desta delação.
3 – Se a advogada Beatriz Catta Preta recebeu seus honorários de maneira correta, transparente, no exercício regular da advocacia, com emissão de nota fiscal e recolhimento de impostos, não haveria motivos para intimidação. Pelo contrário, deveria ser a primeira a querer esclarecer que o recurso por ela recebido, além de legal, não advém de desvios de dinheiro do povo brasileiro;
4 – A CPI da Petrobras sempre se pauta pela sua isenção, não sofre interferências, e os seus requerimentos recebem sempre a aprovação do plenário. O requerimento que convoca a advogada foi aprovado por unanimidade, foi uma decisão suprapartidária, o que demonstra que não há perseguição à advogada por parte de nenhum membro da CPI ou dos partidos aos quais fazem parte;
5 – Julgamos as declarações da advogada Beatriz Catta Preta como equivocada, distante da realidade e com tentativas de se apresentar como vítima na situação, aproveitando-se das instituições que zelam pela moralidade e aplicabilidade correta das leis brasileiras;
6 – A CPI da Petrobras tem o dever de investigar e não vai se intimidar pelos corruptos que sugaram o dinheiro público.