A Justiça Federal do Paraná condenou nesta segunda-feira os três ex-dirigentes da Camargo Corrêa por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro em obras da Petrobras. Esta é a primeira condenação de representantes de empreiteiras investigados na Operação Lava-Jato. Dalton Avancini, ex-presidente, e Eduardo Leite, ex-vice-presidente, foram condenados a 15 anos e 10 meses de reclusão. Por terem firmado acordo de delação premiada com a Justiça, os dois deverão cumprir pena em prisão domiliciar.
O ex-presidente do conselho de administração João Ricardo Auler foi condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção ativa e deverá ser preso, pois foi revogada sua permanência em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica.
Também foram condenados Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef e o policial federal Jayme Alves de Oliveira, que fazia as entregas de dinheiro para Youssef.
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal e responsável pelas ações da Lava-Jato, estabeleceu em R$ 50,035 milhões o valor mínimo necessário para ressarcir danos causados à Petrobras. O valor corresponde apenas à propina paga para a diretoria de Abastecimento da Petrobras, por meio do ex-diretor Paulo Roberto Costa. Na sentença, Moro sugeriu que a empreiteira busque regularizar sua situação com a Controladoria de Geral da União (CGU), Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) e Ministério Público Federal, além da própria Petrobras.
“Considerando as provas do envolvimento da empresa na prática de crimes, incluindo a confissão de seu ex-presidente, recomendo à empresa que busque acertar sua situação junto aos órgãos competentes”, afirmou.
“Este juízo nunca se manifestou contra acordos de leniência e talvez sejam eles a melhor solução para as empresas”, sugeriu. (O Globo)