Um dia após um homem morrer e dois ficaram feridos numa troca de tiros na Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio, Agentes da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco/IE) prenderam no início da manhã desta sexta-feira Pedro Jorge Martins Gomes, conhecido como “Pedrinho Curcino”, no bairro Gardênia Azul, em Jacarepaguá. Contra ele, havia mandado de prisão pendente por homicídio qualificado, expedido em 2011 pela 1ª Vara Criminal de Patos, na Paraíba, por atirar com uma espingarda calibre 12 no rosto de um auditor fiscal, na época líder comunitário no estado. Após o crime, o acusado veio para o Rio e passou a morar na Gardênia Azul.
Por conta da ação desta sexta-feira, uma escola, uma creche e uma EDI na Gardênia Azul suspenderam as aulas no período da manhã. Na Cidade de Deus, próximo da Gardênia Azul, uma creche está fechada. Além disso, na comunidade do Jordão, na Taquara, onde policiais também fazem uma operação devido a conflitos registrados nos dois últimos dias, duas escolas e uma creche estão sem atendimento.Somadas, as unidades atendem 1.622 alunos.
A delegacia especializada investiga também o envolvimento do preso com a milícia que atua na Gardênia Azul. Em 2009 foi deflagrada a Operação Perfume de Gardênia, em que foram presos os líderes da milícia de Gardênia Azul, incluindo o Vereador do Rio de Janeiro e bombeiro militar Cristiano Girão e o policial civil Wallace Robocop.
Na noite de quinta-feira, segundo relatos de moradores nas redes sociais, traficantes armados teriam invadido a comunidade e efetuado os disparos. Policiais do 18º BPM (Jacarepaguá) não confirmaram a informação. Segundo o batalhão, os suspeitos teriam se desentendido entre eles e trocado tiros. O policiamento foi reforçado no local.
Os baleados foram levados para o Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Um deles foi transferido para outra unidade, ainda não divulgada. Os nomes dos três também não foram informados. Ainda de acordo com moradores, dois deles seriam chefes da milícia na comunidade.
Nas redes sociais, muitas pessoas receberam áudios alertando sobre o clima tenso na localidade. As mensagens dos supostos milicianos e traficantes fazendo ameaças também foram compartilhados nos grupos.