Uma mera visita de cortesia do presidente da Seccional de Patos, advogado Alexandre Nunes, à secretária Michele Bandeira, na sede do órgão em João Pessoa, bastou para desencadear a sua sumária e injustificada demissão.
Há sete anos lotada na Subseção de Patos, ela havia sido recentemente posta à disposição da estadual, para acompanhar sua mãe em tratamento de saúde.
O ato de perseguição causou revolta entre os advogados da cidade de Patos e região, inclusive pelo respeito e admiração consolidados por Michelle ao longo dos anos em que trabalhou naquela subseção, onde se notabilizou pela competência na execução das tarefas e cordialidade no tratamento aos diretores e advogados.
Vários operadores do direito atribuíram o ato, datado do dia da visita a ela pelo Presidente da Subseção de Patos, às práticas de perseguição adotadas pelo atual presidente, que tem aderido à iniciativa de antecipação da campanha para a sucessão na OAB-PB. A retaliação teria decorrido do posicionamento assumido contra Odon pelo advogado Alexandre Nunes nas últimas eleições.
Antecedentes
No início da atual gestão estadual, a servidora Adélia Marques, da Subseção de Sousa, foi vitimada nas mesmas circunstâncias, apenas por estar ligada a Lincoln Abrantes, presidente da referida Subseção. Se não bastasse, a Seccional resolveu reduzir em 30% o duodécimo a ela destinado, deixando-a numa situação muito difícil. A despeito dessas perseguições, o presidente Lincoln, sem ouvir a advocacia de Sousa, tradicionalmente reconhecida por sua independência e bravura, reuniu alguns poucos colegas e declarou apoio velado a Odon, aspirante a conselheiro federal na chapa da situação encabeçada pelo advogado Carlos Frederico.
A decisão suscitou vários questionamentos, a exemplo do repentino e incompreensível “esquecimento” de Lincoln às perseguições e covardias perpetradas pela atual gestão estadual contra a Subseção de Sousa, e à própria revolta de Lincoln que, costumeiramente, desferia severas críticas à postura ditatorial de Odon. “Será que a advocacia de Sousa vai aceitar essa decisão, motivada por interesses inconfessáveis tomada por um pequeno grupo e à revelia da classe?”. Essa é a pergunta feita por vários advogados de Sousa que não quer calar!
“A OAB de Patos não se submeterá calada a tão abomináveis práticas e conclama a todos a repelirem-nas, pois agridem e ferem a dignidade dos advogados e da advocacia”, afirmou o Presidente da Subseção de Patos, Alexandre Nunes. Ligamos para o presidente Odon Bezerra e ele não atendeu nem retornou.
Folha do Sertão