Por vários motivos, agosto promete ser um mês intenso. Nesta segunda (3) o legislativo volta com tudo na famosa e temida “pauta-bomba” no Congresso: a votação de medidas com potencial de pôr a perder o ajuste fiscal. Mas as emoções vão surgir dentro e fora do parlamento.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), ferido por denúncias na Lava Jato, mesmo se sair do cargo ainda vai dar trabalho à presidente Dilma Rousseff (PT). Ele já criou quatro CPIs. Dilma, por sua vez, precisará de nervos de aço para além do Congresso. O Tribunal de Contas da União (TCU) vai julgar suas contas de 2014 e, tudo indica, pode sair uma inédita rejeição. O parecer técnico vai para o Congresso e, no limite, pode tirar Dilma do cargo.
Mas não há certeza. Por isso, fora do parlamento, agosto também será mês do PT organizar uma ofensiva a favor da presidente, com ela e o ex-presidente Lula cumprindo seus roteiros no Nordeste, para reverter a queda na aprovação ao governo federal registrada até mesmo aqui na região, famosa por dar votações expressivas aos petistas.
Pelo mesmo motivo, a impopularidade do governo, as siglas de oposição também vão para a rua, em atividades partidárias e com manifestações contra Dilma.
O mês ainda marca um ano da tragédia de Eduardo Campos e terá uma intensa pauta de homenagens do PSB ao ex-governador. É ficar de olho no calendário.
SEMANA EDUARDO CAMPOS
O PSB apelidou informalmente a sequência de eventos em homenagem ao ex-governador Eduardo Campos, este mês, de “Semana Eduardo Campos”. Na segunda-feira, dia 10 de agosto, quando ele completaria 50 anos, será feito o lançamento de uma coleção com os discursos de Eduardo. Na terça (11) haverá sessão solene na Alepe e quarta (12), na Câmara Federal. Uma missa será celebrada na quinta (13). E a sexta-feira (14) terá foco no interior.
As presenças esperadas são do presidente tucano, o senador Aécio Neves, e da ex-candidata Marina Silva, que concorreu à Presidência da República pelo PSB, após a morte de Eduardo Campos. Não se sabe se ele virá, mas a lista de convidados inclui o ex-presidente Lula. Apesar de o PSB ter saído da base do PT, ele era próximo de Eduardo e chorou no dia da tragédia do ex-governador.
OPOSIÇÃO
No dia 15, um sábado, o PSDB lança em Maceió uma campanha nacional de filiação ao partido. É parte da estratégia para crescer no Nordeste, reduto eleitoral do PT. O domingo, 16 de agosto, é o dia marcado para as manifestações contra Dilma, organizados pelo Vem Pra Rua, Revoltados On Line e Movimento Brasil Livre.
SEGUNDA QUINZENA É NO TCU
O julgamento das contas de 2014 da presidente Dilma está previsto para ocorrer na segunda quinzena. Ministros do TCU estão incomodados com a politização do Tribunal, já que sua função é de auxiliar do legislativo – para onde encaminha um parecer que pode ou não ser seguido pelos parlamentares. Dois dos ministros do TCU são do Estado: Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, e José Múcio Monteiro.