A taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil acelerou para 7,5% em julho, ante 6,9% em junho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do mês passado surpreendeu os analistas, ficando acima do teto do intervalo das estimativas apuradas pela Agência Estado, que esperavam taxa entre 6,60% e 7,30%, com mediana em 7%.
A taxa de desemprego em julho é a maior para o mês desde 2009, quando chegou a 8%, e a mais alta desde março de 2010 (7,6%). Se considerados todos os meses, a taxa de desemprego é a maior desde março de 2010, quando atingiu 7,6%. A série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego começa em março de 2002.
Em julho de 2014, o desemprego estava em 4,9%. O avanço de 2,6 ponto porcentual da taxa de julho deste ano é o maior já registrado na série. As demissões e a maior procura por emprego provocaram esse movimento, segundo o IBGE.
O rendimento médio real do trabalhador, já descontados os efeitos da inflação, foi de R$ 2.170,70 em julho de 2015, segundo o IBGE. O resultado representa um avanço de 0,3% em relação a junho e um recuo de 2,4% ante julho do ano passado.
A massa de renda real habitual dos ocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País somou R$ 49,9 bilhões em julho, o que significa uma alta de 0,3% em relação a junho. Na comparação com julho de 2014, o montante diminuiu 3,5%.
Já a massa de renda real efetiva dos ocupados totalizou R$ 50,2 bilhões em junho deste ano, alta de 0,2% em relação ao mês de maio. Ante junho de 2014, houve redução de 3,1% na massa de renda efetiva.
Mais desempregados. A população desocupada aumentou de forma abrupta no mês de julho, com 662 mil pessoas a mais na fila por um emprego na comparação com igual mês do passado. O avanço de 56% no período é o maior já registrado na série da pesquisa. Ao todo, 1,844 milhão de pessoas estão atrás de uma vaga nas seis principais regiões metropolitanas do País, o maior número desde agosto de 2009. Na comparação com junho, a população desocupada cresceu 9,4%, o que representa 158 mil pessoas.
Enquanto isso, a população ocupada continuou encolhendo. Em julho ante igual mês de 2014, a queda foi de 0,9%, ou seja, 206 mil pessoas perderam o emprego no período. Em relação a junho deste ano, o indicador ficou estável, com demissão de seis mil.
A população não economicamente ativa, que no ano passado era um destaque de crescimento, agora exibe números bem mais tímidos. Em relação a julho do ano passado, o avanço foi de 0,5%, com 90 mil pessoas a mais nessa condição. Já em julho ante junho de 2015, esse contingente teve redução de 22 mil pessoas, ou queda de 0,1% neste confronto.
A população em idade ativa cresceu tanto na comparação de julho ante junho (+0,3%) quanto contra julho do ano passado (+1,3%). A população economicamente ativa (que inclui trabalhadores e quem busca por emprego) também aumentou. O avanço foi de 0,6% em julho ante junho (+152 mil pessoas) e de 1,9% ante julho de 2014 (+456 mil pessoas). (AE)