A relação entre o PMDB e o PT está cada vez mais complicada, após o presidente da Câmara Federal Educardo Cunha romper com o Palácio do Planalto.
O jornal Folha de São Paulo trouxe na edição desta segunda-feira (24), que presidentes de diretórios estaduais do PMDB preparam uma carta aberta ao vice Michel Temer pedindo que ele abandone imediatamente a articulação política do governo Dilma Rousseff.
O presidente estadual do PMDB na Paraíba, José Maranhão, confirmou articulação de dirigentes para afastar legenda do governo federal. “Eu nunca quis que Temer assumisse articulação política”.
Apesar de Temer já ter tomado à decisão de abandonar a Articulação Política do Governo, o fato ainda não tem data para ocorrer. O grupo também deve engrossar o coro dos setores que pedem a antecipação do congresso do partido, previsto para novembro, que vai deliberar sobre a permanência ou não do PMDB na base aliada da presidente.
O ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), que vinha auxiliando Temer na montagem dos escalões inferiores do governo, já tem tratado com auxiliares de Dilma no Planalto da passagem de suas atribuições. Bombeiros do PT passaram o fim de semana procurando o vice para dissuadi-lo de deixar a articulação política do governo. Emissários do ex-presidente Lula também fizeram contato com auxiliares de Temer.
O senador José Maranhão (PMDB-PB) já disse a imprensa que as crises política e econômica estão relacionadas entre si e a celeridade do judiciário em julgar os casos de corrupção advindos da Operação Lava Jato pode ser um passo importante para dissolução desta crise.
Maranhão acredita que uma resposta rápida da justiça no julgamento e condenação dos envolvidos na operação Lava Jato pode ajudar a abreviar os efeitos da crise. José Maranhão afirmou ainda que um dos principais motivos para a instabilidade que o governo federal atravessa é a forma como a presidente se relaciona com o Congresso Nacional. Segundo ele, falta habilidade política a presidente e a sua assessoria política para uma convivência harmoniosa entre os Poderes Executivo e Legislativo. “Na história recente da política nacional não há um presidente que manteve uma relação conflituosa com o Congresso que tenha ido bem”, lembrou.