Preso na Operação Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque combinava de “tomar um drinque” ou “fumar um charuto” quando queria se encontrar com o operador Milton Pascowitch, a fim de receber propinas de contratos da estatal.
A informação foi dada pelo próprio Pascowitch, que fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal em junho. Ele está em prisão domiciliar.
Segundo o operador, Duque tinha uma espécie de “conta corrente” com a Jamp Engenheiros, empresa do Pascowitch usada como intermediária para a transferência de propinas da Petrobras a agentes públicos.
A informação foi divulgada em reportagem do “O Globo” desta quarta-feira (19).
“Geralmente, Duque ligava para o declarante [Pascowitch] e marcavam algum encontro para ‘fumar um charuto’, ‘tomar um drinque’ ou mesmo uma visita no escritório”, informa o termo de declarações, divulgado pela Justiça nesta terça-feira (18).
O ex-diretor recebia pagamentos mensais de R$ 280 mil de Pascowitch, referentes a contratos com duas prestadoras de serviço da Petrobras -Hope Recursos Humanos e Personal Service.
Os pagamentos, segundo Pascowitch, eram feitos em sua casa ou na sede da D3TM (empresa de consultoria de Duque aberta após sua saída da Petrobras).
A Hope e a Personal negam participação no esquema. Duque, que sempre refutou as acusações, atualmente negocia um acordo de delação premiada.