O presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, em depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba (PR), disse que não pensa em colaborar com a Justiça por meio de delação premiada.
“Para alguém dedurar, tem que ter o que dedurar, o que não é o caso”, disse, ao responder pergunta do deputado Altineu Cortes (PR-RJ), um dos sub-relatores da CPI.
O executivo se recusa a responder perguntas relativas às acusações que pesam contra a empresa, sobre pagamento de propina e formação de cartel em contratos com a Petrobras.
“Gostaria de ter oportunidade, nessa CPI, de falar tudo o que sei, mas infelizmente estou engessado porque estou amarrado pela questão do processo penal que corre paralelamente, inclusive com depoimentos de testemunhas de acusação”, disse.
Apesar de não querer falar sobre as acusações, ele respondeu algumas perguntas. O deputado Bruno Covas (PSDB-SP) perguntou se ele já conversou sobre a Petrobras com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula. “É provável e natural que sim. Mas sempre foram conversas republicanas”, disse o empresário.
Marcelo Odebrecht disse ter esperanças de que a empresa saia desse processo da Operação Lava Jato fortalecida, apesar das acusações.
Fuga
Ao responder pergunta do deputado Delegado Waldir (PSDB-GO), o empresário negou informação publicada na imprensa a respeito da existência de um plano de fuga do país em função das investigações da Operação Lava Jato. “Jamais pensei nisso”, disse.
O deputado perguntou ainda se era verdade outra informação publicada na imprensa. “É verdade que seu pai, Emilio Odebrecht, disse que se o senhor fosse preso seria preciso construir uma cela para a presidente Dilma e para o ex-presidente Lula?”, perguntou.
“Senhor deputado, é muito perigoso falar em suposições. Eu tenho muito orgulho dos princípios morais que meu pai me transmitiu”, rebateu o empresário.
Band