Partidos da oposição e alguns deputados da base aliada lançaram, nesta quinta-feira (10), o Movimento Parlamentar Pró-Impeachment. A ideia dos parlamentares é recolher assinaturas junto à sociedade e entre os deputados para iniciar o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. O movimento conta com um site – www.proimpeachment.com.br – onde está disponível um abaixo-assinado com essa finalidade.
As razões apontadas para o impeachment são as chamadas “pedaladas” nas contas públicas, o abuso de poder econômico pelo governo de Dilma, a suspeita de uso de dinheiro ilícito na campanha presidencial de 2014 e a crise de governabilidade.
Segundo o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), Dilma Rousseff não tem condições de conduzir o Brasil pelos próximos três anos e meio. Ele afirmou que os parlamentares também têm o dever de ouvir a população insatisfeita com o governo.
“Como é que a gente traz para dentro do Congresso esse sentimento de indignação da sociedade brasileira? Iniciando o processo de impeachment, porque o afastamento dela é desejável por mais de 70% da sociedade brasileira”, afirmou Sampaio em nome do PSDB, do PSC, do DEM, do PPS e do Solidariedade (SD) e de deputados de outras siglas, entre esses alguns do PMDB.
Renúncia ou impeachment
Representando o PMDB no movimento, o deputado Jarbas Vasconcelos (PE) disse que a saída de Dilma do governo é inevitável. Segundo ele, ou Dilma renuncia ou o processo de impeachment será aberto. “É importante que o meu partido, o PMDB, tome consciência disso e suas bancadas, aqui na Câmara e no Senado da República assumam isso. É importante para dar o exemplo aos outros partidos.”
Os diversos parlamentares que participaram do lançamento do movimento, no Salão Verde da Câmara, acusaram o PT de ter trabalhado sempre em prol de um projeto de poder. “Hoje, dia 10 de setembro, é o dia que nós vamos começar a libertar o Brasil desse desgoverno corrupto, que infelizmente ainda está comandando os destinos do nosso País”, afirmou o líder do PSC, deputado André Moura (SE).
PT defende Dilma
Vice-líder do PT, o deputado Pedro Uczai (SC) avaliou que o movimento da oposição faz parte da democracia, mas que deve respeitar os brasileiros que votaram em Dilma. Ele disse ainda que a impopularidade de um governo não é crime.
“Temos dificuldade econômica, que tem de ser superada e enfrentada por quem está governando o País, como o governador está governando o seu estado; como o prefeito o seu município. Portanto, não ao golpe à democracia”, afirmou o petista.
Para Uczai, o impeachment não é solução para os problemas econômicos do País.