Uma manifestação pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff reuniu um grupo de pessoas na Avenida Paulista, região central da cidade de São Paulo, no início da noite de hoje (18). Com cartazes e bonecos infláveis que retratam o ex-presidente Lula, os manifestantes se concentraram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Eles aproveitavam os momentos de semáforo fechado para ocupar a via, no sentido Rua da Consolação.
Segundo Paulo Batista, do Movimento 15 de Março, a saída da presidenta é um desejo da maioria da população. “Nós representamos a voz da maioria dos brasileiros que não quer mais a Dilma no poder. A população brasileira está insatisfeita de tudo que acontece no nosso país”, disse em referência às manobras fiscais do governo federal e à corrupção na Petrobras.
Para Batista, apesar de a manifestação não ter reunido muita gente, a mobilização não perdeu força. “Antes, a manifestação era só na Paulista e outras localidades pontuais. Hoje, é por todo o Brasil, estados e municípios. E logo será em todos os bairros”.
A representante do movimento Endireita Brasil, Patrícia Bueno, disse que a indignação do grupo é contra toda a corrupção, inclusive em relação às denúncias que envolvem o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Nós estamos cansados dessa grande pizza, dessa grande quadrilha que se apossou do Brasil. Não dá mais para nós pagarmos a conta. Para nós, todos os bandidos têm que pagar por seus crimes”.
Na última quinta-feira (15), foi registrado no 4º Cartório de Notas, na zona oeste da capital paulista, um pedido de impeachment assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Conceição Paschoal. Segundo Reale, o pedido é um compilado de diversos textos apresentados anteriormente, com acréscimo da rejeição das contas do governo referentes à 2014 pelo Tribunal de Contas da União [TCU]”.
No mesmo dia, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) novas acusações contra o Eduardo Cunha. Em depoimento de delação premiada, o empresário Fernando Soares, conhecido como Baiano, confirmou que Cunha recebeu US$ 5 milhões em um contrato de navios-sonda da Petrobras.
ABr