A ex-parlamentar e fundadora do partido Rede Sustentabilidade, Marina Silva, concordou com a prisão do Senador Delcídio Amaral, realizada na quarta-feira (25/11) e defende que as sessões do Senado não sejam secretas: “Concordo com a prisão, os fatos que foram elencados pelas investigações, pelo Ministério Público, então a decisão do STF de que ele estava bloqueando as investigações de forma permanente, justifica a prisão do senador. Por ter sido aberto o voto do Senado, não tiveram acordos de bastidores, o que permitiu o trabalho célebre do juiz Sérgio Moro, da Justiça, da Polícia Federal. Se aquela sessão fosse secreta, poderíamos ter outro resultado”.
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Ao ser questionada sobre um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff, Marina Silva que é ex-filiada ao Partido dos Trabalhadores, afirma: “Impeachment não se fabrica, se justifica nas investigações. No caso do Delcídio foi uma explicitação que levou a uma ação peremptória, com sua prisão e punição dos crimes. O que eu tenho dito é que provem o envolvimento de Dilma, mas deve cumprir o que está na constituição”.
Marina Silva diz que a forma mais efetiva de combater a corrupção é dar apoio às ações da justiça: “Não é momento de frase de efeito, de popularidade. Precisa investigar presidente, senador, banqueiro”. Ela defende que não pode ocorrer o que acontece no Congresso Nacional, com uma blindagem de pessoas motivada por interesses políticos, e acrescenta: “Precisamos evitar o que foi feito no Congresso Nacional, com Eduardo Cunha. Tem que aplicar a mesma medida com a presidente, sem a história de instrumentalizar a crise para se promover”.
Marina, que já atuou como ministra, diz também que agora é o momento do Brasil confiar nas instituições: “A ética foi sepultada em nome de um projeto de poder. Não tenho posição de vingança, mas quero defender o que é correto do ponto de vista constitucional”.
UOL