A Black Friday começa oficialmente amanhã e muita gente já está coçando os dedos para aproveitar as ofertas em milhares de produtos, que fazem brilhar os olhos dos mais consumistas. Apesar de toda a sedução do comércio, quem tem dívidas ou está com o orçamento apertado deve esquecer o frenesi que a data costuma causar e segurar o bolso.
“Tem que tomar cuidado porque o ‘janeiro vermelho’ está chegando aí: IPTU, IPVA, material escolar. Praticamente está na porta, são 60 dias até lá”, alerta Lélio Braga Calhau, promotor de Justiça do Consumidor no Ministério Público de Minas Gerais.
“Quero enfatizar uma coisa: se o consumidor está endividado, esqueça o Black Friday. O dia de promoções só irá fazer sua dívida crescer e você ficará em uma situação preocupante”, reforça Braga, que também é especialista em educação financeira.
Para quem está com um pouco mais de folga no orçamento, Calhau diz que o ideal é fazer uma planilha do que se gostaria de comprar e do quanto é possível ser gasto, já pensando nas despesas.
“Quando for comprar, reflita melhor sobre os prós e contras da aquisição daquele produto ou serviço. Lembre-se que o ambiente da loja já está todo maquiado para influenciar você a fechar uma compra”, afirma.
“As pessoas têm que estar atentas ao assinarem contrato. De repente eu só queria levar um eletrodoméstico e estou levando uma garantia estendida junto, um seguro”, acrescenta. “Quando a gente faz uma compra mal feita, é gasta uma energia muito grande para resolver depois, na Justiça.”
Por fim, o promotor recomentada “desconfiar sempre” de duas palavras: promoção e liquidação.
“A gente vê loja fazendo promoções 365 dias por ano”, diz. Para ele, a melhor opção para quem pode comprar, mas também deve estar atento ao orçamento é esperar janeiro de 2016, período em que tradicionalmente os preços caem.
Perfil das compras na Black Friday
Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), mesmo com a crise econômica, a Black Friday desde ano deve movimentar R$ 1,31 bilhão, um crescimento de 18% em relação a 2014.
Uma pesquisa divulgada pela equipe de varejo do Google mostra que 82% dos internautas brasileiros que compraram na edição do ano passado pretendem voltar a consumir em 2016.
Muitos internautas também devem antecipar as compras de Natal em razão do evento. Maurício Salvador, presidente da ABComm afirma que “36% das vendas serão pessoas antecipando as compras de Natal”.
Segundo a Nielsen Ibope, a maioria dos usuários de smartphone ( 24%) gasta mais de R$ 100 no evento, mas uma parcela quase igual (22%) tem um consumo superior a R$ 300.
Artigos de moda são os mais comprados’ (24%), seguidos de aparelhos eletrônicos (215) e eletrodomésticos (20%).
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