O suspeito de ser um dos falsificadores de cartão de crédito mais procurados do Brasil vivia de ostentação e gastos em Campina Grande, a 130 km de João Pessoa, na Paraíba. A informação foi divulgada pela Polícia Civil nesta segunda-feira (9), que o prendeu por meio da operação ‘Boy Play’, nesse fim de semana. O título da operação é o apelido do rapaz, chamado Bruno Alves da Silva, de 31 anos, preso no bairro do Catolé. segundo a polícia, ele utilizava um equipamento que colhia dados dos cartões por Bluetooth.
De acordo com o delegado Danilo Orengo, a Polícia Civil chegou a Bruno depois de um mês de investigações. “Ele e o irmão foram presos no Rio de Janeiro pelo mesmo crime de falsificação e adulteração de cartões de crédito há um ano e Bruno estava cumprindo pena no regime semi-aberto quando não mais voltou ao Sistema Prisional e veio para a Paraíba, especificamente a Campina Grande. O seu comportamento aqui chamou a atenção da polícia judiciária, pela ostentação e gastos praticados por ele e a investigação foi iniciada há um mês”, explicou.
Orengo ainda afirmou que, na Paraíba, Bruno continuou a aplicar o mesmo golpe, colhendo informações de cartões de crédito em bares e restaurantes de luxo e as utilizando para fins ilícitos. O motivo da escolha da cidade de Campina Grande para atuação teria acontecido pelo fato da mulher dele ser natural da cidade de Fagundes.
Prisão e apreensões
No momento em que foi preso, Bruno se apresentou como Gabriel Alves da Silva, mas já tinha sido identificado pela Polícia Civil. Na casa dele, foram apreendidos 30 cartões, celulares, chips, máquinas de adulteração de cartões e jóias. Além do mandado de prisão que foi cumprido, a Polícia Civil ainda lavrou procedimento de flagrante contra Bruno pelo material apreendido na residência. Ele ainda vai responder pelo crime de suborno contra o delegado Danilo Orengo, por oferecer à autoridade policial R$ 200 mil para não realizar a prisão. Bruno foi autuado por furto mediante fraude, falsa identidade e corrupção ativa.
Os golpes
De acordo com a polícia, para cometer os crimes, Bruno utilizava um equipamento que colhia dados dos cartões por Bluetooth.
“Ele recebia esse sistema pronto de hackers e subornava funcionários dos estabelecimentos comerciais de alto padrão para que trocassem a máquina legítima pela adulterada. Diferentemente daqueles equipamentos conhecidos por ‘chupa-cabras’, cujos utilizadores precisam fazer a retirada desses equipamentos pessoalmente, o sistema utilizado por Bruno tem ainda mais tecnologia, pois a maquineta adulterada e com todas as informações, inclusive senhas, recolhidas por Bluetooth, são recolhidas pelo próprio funcionário que realizou a troca do equipamento. E como era utilizado esse dinheiro? Em ostentação. Ele tinha uma vida de luxo, o que levou a Polícia Civil a investigar o caso e prendê-lo”, afirmou o delegado Cristiano Santana.