A presidente Dilma Rousseff intensificou as andanças pelo país depois que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu andamento, em 2 de dezembro, ao processo de impeachment requerido por juristas, entre outros 34 formalizados contra sua gestão. Durante 20 dias de dezembro (entre 2 e 22), revela levantamento do jornal O Globo, Dilma fez sete viagens a municípios – mais do que nos 30 dias mês anterior, quando fez três deslocamentos Brasil afora.
A maratona de visitas a localidades diversas está prevista para janeiro, quando Congresso e Judiciário, em recesso, não vão preocupar o Planalto. O objetivo, diz a reportagem, é tentar “neutralizar a maré de notícias negativas” que tem inundado do noticiário, revertendo-a em agenda positiva, com o máximo de participação em eventos públicos.
Interlocutores têm dito que Dilma está disposta a discutir com aliados estratégias de reativação da economia, que definhou durante todo o ano, e de implementação da reforma da Previdência. Nesse sentido, a presidente também deve divulgar uma agenda que tire de foco a imagem do ajuste fiscal, considerada uma pauta desgastante – Olimpíadas Rio 2016 está nos planos, de maneira a tirar do caminho críticas antecipadas ao evento, a exemplo do que aconteceu na Copa do Mundo, no ano passado.
“Dilma conciliou duas viagens em uma só data. No mesmo dia em que foi até a Bahia, ela também foi até Floresta, no sertão de Pernambuco, para inaugurar uma estação de bombeamento do projeto de transposição do Rio São Francisco que já funcionava há mais de dois meses. Não fosse a posse dos ministros da Fazenda (Nelson Barbosa) e do Planejamento (Valdir Simão), Dilma teria ido até Dourados (MS), na última segunda-feira, para conhecer o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira (Sisfron). No entanto, optou por participar apenas da Cúpula do Mercosul, no Paraguai, e voltar a Brasília para o evento de mudança no primeiro escalão”, diz trecho da matéria assinada pelos repórteres Washington Luiz e Simone Iglesias.
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