A implantação do protocolo estadual de atenção e cuidado aos casos de microcefalia foi um dos principais assuntos discutidos durante reunião técnica realizada na quarta-feira (23), no auditório da 6ª Gerência de Saúde, em Patos, envolvendo os hospitais da 3ª e 4ª macrorregiões de saúde, entre eles, a Maternidade Peregrino Filho. Um dos objetivos da reunião foi traçar um perfil epidemiológico nas notificações da doença no Estado, segundo informou Patrícia Assunção, gerente executiva de atenção à saúde da Secretária de Estado da Saúde (SES).
De acordo com o último boletim divulgado pelo Governo do Estado sobre microcefalia, são 425 notificações de casos suspeitos na Paraíba, distribuídos por 72 municípios. Cerca de 70% dos casos foram notificados na região metropolitana de João Pessoa. Do total de casos, 21 foram confirmados, 30 descartados e o restante, 374, está sob investigação. Cinco casos suspeitos evoluíram para óbito, sendo quatro infantis e um fetal. Houve a confirmação que dois desses óbitos tinham relação com o zika vírus.
A Maternidade Dr. Peregrino Filho, de Patos, está fazendo uma retrospectiva das crianças que nasceram a partir de 1º de agosto, convocando as mães para que os bebês façam exames de imagem e sorologia, para investigar se há casos de microcefalia.
A grande preocupação do Governo do Estado tem sido o combate ao mosquito Aedez aegypti, que transmite a dengue, a febre chikungunya e o zika vírus, que por sua vez tem relação com a microcefalia, uma malformação congênita que atinge bebês.
Na semana passada, a cidade de Patos recebeu técnicos da SES, que se reuniram com representantes de diversos órgãos estaduais, a exemplo da Saúde, Educação, PM, Corpo de Bombeiros, Cagepa e Emater, para apresentar o plano de combate e pedir esforço concentrado de todos nessa luta contra o mosquito.
Os hospitais que realizam partos estão implantando um protocolo que visa prestar toda assistência necessária à criança, garantindo o acesso aos serviços, sendo dividido em três fases: triagem, com avaliação do perímetro cefálico, exames físicos e entrevista com a mãe para se obter informações sobre seu pré-natal e a saúde dela; diagnóstico, com exame de imagem e sorológico, e acompanhamento da criança, caso haja confirmação da microcefalia.
Sobre os municípios que estão permitindo recesso de fim de ano aos agentes de endemias, Patrícia Assunção informou que o próprio Ministério da Saúde lançou portaria revogando essa concessão. “Estamos em força tarefa, inclusive já estamos com um aplicativo que é usado para denunciar os focos de dengue, podendo ser baixado para smartphone, sistema Android. Trata-se do Aedes na Mira, onde as pessoas podem tirar fotos e enviar para uma sala de situação localizada na SES, da qual fazem parte Bombeiros, PM e Exército, que receberão essas denúncias e darão tratamento à informação, tomando as medidas cabíveis para acabar com esses focos denunciados”, explicou.