O governador Ricardo Coutinho (PSB) é contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT); o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), rival do socialista nas eleições de 2014, é a favor do afastamento da gestora. Apesar destes lados opostos: ambos têm um mesmo entendimento no que diz respeito ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
Ricardo entende que Cunha conduz o processo de impeachment sem legitimidade, enquanto Cássio defende que o deputado “tem que cair” após o recesso parlamentar no Congresso Nacional.
O entendimento de Ricardo é o mesmo dos outros dois governadores do PSB, Paulo Câmara (PE) e Rodrigo Rollemberg (DF), apesar de que seu partido ainda não tomou uma posição oficial sobre o processo que pede a saída de Dilma. Partido aliado durante a maior parte do tempo em que o PT está no Planalto, o PSB deixou o governo somente na última eleição. Enquanto a maioria de sua bancada da Câmara apóia o processo, governadores, senadores e lideranças sociais são contra. A cúpula do partido estima em 28 o número de apoios dentre seus 36 deputados federais. Ao mesmo tempo, 5 dos 7 senadores da sigla rejeitam o afastamento de Dilma.
Para Ricardo Coutinho, o que o partido sofre é de falta de identidade: “O PSB, como os demais partidos do Brasil, passa por uma crise de rumo”, destacou à revista Brasileiros.
Já Cássio Cunha Lima entende que Cunha tem usado as bancadas governista e oposicionista como “malabares” em benefício próprio, e esse “joguete” com o país torna insustentável sua permanência no comando do Legislativo. “Não pode um só cidadão fazer do país um joguete como vem fazendo Eduardo Cunha.”
Cássio Cunha Lima admite que há “dúvida” se a presidente Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade, mas o Congresso tem a competência para julgar se isso aconteceu.
Na visão do tucano, existem provas de crime de responsabilidade que justificariam o impeachment da presidente. Segundo ele, ao mudar a meta fiscal de 2015, o governo tentou “limpar a cena do crime”.
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