O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), em discurso proferido na tarde desta quinta-feira (3), no Senado, afirmou que seria um contrassenso instalar na Câmara dos Deputados a comissão especial do impeachment de Dilma e o Congresso retornar ao trabalho apenas 40 ou 50 dias depois, quando terminar o intervalo.
Ferraço considerou “um escárnio” diante da situação do país se o Congresso entrar em recesso dentro de duas semanas. Com o início do processo de impeachment da presidente Dilma, ele não vê outra saída senão o parlamento brasileiro se autoconvocar para continuar trabalhando em janeiro. Ferraço admite, no entanto, uma parada para as festas do fim do ano.
Segundo o senador, o Congresso não pode agir como se nada estivesse ocorrendo e precisa estar mobilizado porque o pedido de impeachment é um fato que tem forte impacto na economia do país, no mercado internacional e, sobretudo, na vida dos brasileiros mais desprotegidos, que necessitam do governo em pleno funcionamento.
“De minha parte, acho que não faz sentido o Congresso entrar de recesso. Pegará mal demais. Esta não é uma situação qualquer, esta é uma circunstância que exige a mobilização do Congresso. Acho que é o momento de sinalizarmos para a população que estamos no nosso local de trabalho. Somos remunerados para isso. E nessa circunstância, sobretudo, é aqui que precisamos estar”, sublinhou.