Em meio ao acirramento da disputa para o comando da bancada do PMDB, o grupo do atual líder Leonardo Picciani (PMDB-RJ) pretende resolver o mais breve possível a nomeação do ministro da Secretaria de Aviação Civil e quer que Picciani pressione nos próximos dias por uma decisão do governo. O Palácio do Planalto, porém, já sinalizou não ter pressa em fechar a questão. Segundo auxiliares do governo, a intenção da presidente Dilma Rousseff era esperar a eleição do novo líder para tomar uma decisão sobre o caso.
Picciani conseguiu um trunfo para pressionar o Planalto. O deputado Newton Cardoso Junior (PMDB-MG) decidiu fechar apoio à recondução de Picciani à liderança do partido na Câmara. Com a adesão, nas contas dos aliados de Picciani, o líder já tem seis dos sete votos da bancada de Minas. A união dos mineiros em torno do nome de Picciani era a condição imposta pelo Palácio do Planalto para entregar a Secretaria de Aviação Civil para o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG).
A preocupação dos mineiros que apoiam Picciani é garantir a vaga antes da eleição para evitar que uma eventual vitória de Hugo Motta (PMDB-PB) altere a combinação. O adversário de Picciani — cuja candidatura foi gestada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — viajou a Minas Gerais no último domingo para se encontrar com Newton Cardoso Junior e pedir seu apoio. A empreitada, no entanto, não prosperou.
Antes indeciso, Newton pretendia disputar a vaga, mas como não conseguiu unir a bancada de Minas Gerais em torno de seu nome, recuou e ficou semanas sem declarar seu voto.
— Conversei com o Picciani sobre algumas mudanças que ele deve exercer na liderança, como se abrir mais ao diálogo e aceitar opiniões divergentes e ele concordou. Entendo que a candidatura dele é a que tem mais condições de unir o partido — afirmou Newton Cardoso Junior ao GLOBO.
Newton é o primeiro vice-líder de Picciani, mas perderá o posto, que foi prometido a Leonardo Quintão (PMDB-MG). Quintão retirou sua candidatura na última sexta-feira em troca do apoio do líder para sucedê-lo em 2017. Segundo relatos, Picciani ofereceu a Newton “valorizar” seu mandato com, por exemplo, indicações para relatorias de projetos importantes durante o ano. As informações são de ‘O Globo’.