O deputado federal Wilson Filho (PTB) participou de uma audiência pública com representante do Ministério da Saúde, o secretário-executivo Neilton Araújo de Oliveira, nesta quinta-feira (25), para discutir o surto de zika vírus no País e à microcefalia. O parlamentar foi designado pela presidência da Câmara dos Deputados para compor a comissão Externa destinada a acompanhar as ações referentes à epidemia e a doença. Ele atuará no subgrupo voltada a ações para as crianças que nascem com microcefalia. No total são quatro grupos, sendo eles: Prevenção, Gestante, Rede de Crianças e Pesquisa.
Na ocasião, foi debatido as ações que estão sendo realizadas pelo Ministério frente ao surto. De acordo com o deputado, serão criadas até março 326 salas municipais de acompanhamento da doença em 323 cidades o problema é considerado mais grave.
“O secretário apresentou dados em que a Paraíba ainda continua em segundo lugar no número de casos de microcefalia e mostrou as ações do governo federal para combater o mosquito. A meta é que se diminua para menos de 1% a presença do mosquito em todo o país”, disse Wilson Filho.
De acordo com o deputado, a comissão da Câmara Federal deve visitar a Paraíba nos próximos dias para acompanhar de perto a atuação do grupo que está à frente do combate ao mosquito no estado e principalmente, para observar quais os cuidados que as mães e bebês com microcefalia estão tendo. “Não adianta combater o mosquito sem dar um gesto de que essas famílias terão um acompanhamento pago pelo governo federal”, revelou.
Para o deputado paraibano, é preciso se observar dois grandes problemas. Um deles é o mosquito e o risco das pessoas adquirirem a doença. O outro é em relação aquelas pessoas que já estão com a zika. “Estamos cobrando que o governo diga para essas pessoas, que já estão com a microcefalia, o que vai fazer em relação a elas. Qual será o esforço para diminuir o sofrimento dessas famílias. Isso é o que queremos saber”, explicou.
Segundo o deputado, a criação da comissão foi o resultado de uma reunião de trabalho que aconteceu entre parlamentares da Comissão de Seguridade Social e Família, motivados em função da recente explosão de casos do Zika Vírus em todo Brasil. Este mês a Organização Mundial da Saúde declarou emergência médica internacional, quando 113 países identificaram a presença do vírus.
“Essa é uma comissão importante que vai acompanhar de perto as ações que estão sendo desenvolvidas em todo o Brasil para combater esse surto causado pelo mosquito do Aedes Aegypti. Vamos percorrer diversos estados, principalmente, os do Nordeste, onde a situação é mais grave”, destacou o deputado.
A iniciativa para criação da comissão partiu do coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), que defendeu contato permanente com profissionais de várias áreas, a fim de ampliar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus. “O Poder Legislativo não poderia ficar ausente dessa questão e tem que ser proativo”, afirmou.
De acordo com Wilson Filho, a comissão é composta por nove deputados e será coordenada pelo deputado Osmar Terra (PMDB-RS), que é médico. Wilson Filho disse ainda que a Câmara também aprovou pedido da deputada paraibana Luiza Erundina (PSB-SP) para realizar uma comissão geral para discutir o tema.
Casos – Desse total, 3.935 ainda são investigados, 508 foram confirmados como microcefalia e, em 837 deles, a doença foi descartada. De acordo com o ministério, a “maior parte” desses 508 casos confirmados de microcefalia ou outras alterações do sistema nervoso central está ligada à infecção pelo vírus da Zika.
Até o momento foram notificadas 108 mortes por microcefalia ou alteração do sistema nervoso central após o parto (natimorto) ou durante a gestação (abortamento ou natimorto). Destes, 27 foram investigados e confirmados para microcefalia ou alteração do sistema nervoso central. Outros 70 continuam em investigação e 11 já foram descartados.
A região Nordeste concentra 86% dos casos notificados, sendo que Pernambuco continua com o maior número em investigação, seguido dos estados da Paraíba, Bahia, Ceará, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Maranhão.