Entrei na política não para continuar uma história familiar, que começou com o senador Ruy Carneiro, meu tio-avô. Entrei por fé e dever. Como ele, creio que “Forte é o povo!” e que todos os cidadãos têm a obrigação de contribuir para uma sociedade que ofereça paz e prosperidade. No exercício dos mandatos de vereador, deputado estadual, secretário de estado e de município, deputado federal e dirigente partidário, não tive problemas para manter o foco no único propósito aceitável para um mandatário: o bem estar do seu povo.
Por opção, não disputei a reeleição em 2014, o que seria politicamente mais fácil. Lutei pelo sonho do meu partido, e do líder e amigo Cássio Cunha Lima, apoiado por outros 13 partidos, de implantar na Paraíba um projeto que contemplava não apenas soluções para problemas imediatos, mas a construção de um futuro com as marcas da superação e da ousadia.
O estelionato eleitoral marcou 2014 no Brasil e na Paraíba. O “paraíso” retratado nos guias eleitorais da presidente Dilma Rousseff e de seu aliado, Ricardo Coutinho revelou-se “pesadelo”. Fizeram tudo o que garantiram não fazer: mexeram em direitos dos trabalhadores, aumentaram contas de água, luz, gasolina e gás de cozinha, elevaram impostos, comprometeram obras, mas não demitiram a quantidade dos apadrinhados políticos nas gestões.
Nesse momento em que o País atravessa uma grave crise política, ética e econômica, impõe-se ao político compromissado privilegiar projetos coletivos ao invés dos individuais, para tentar devolver aos eleitores a confiança e obter deles a credibilidade necessária para mostrar que é possível fazer diferente. É possível governar voltado para o interesse público.
As pesquisas eleitorais divulgadas pela imprensa têm me apontado em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de João Pessoa, mesmo sem que eu tenha me apresentado como pré-candidato. Fico honrado e agradeço àqueles que me apontaram, mas penso que não é hora para individualismo. Por isso, nesta segunda-feira quando o PSDB se reunir para definir os rumos que o partido tomará nas eleições deste ano, estarei abrindo mão da minha pré-candidatura a prefeito de João Pessoa, para que possamos discutir um projeto único, capaz de unir esforços com outros partidos e marchar numa mesma direção.
Não abrirei mão de ser candidato para aderir à candidatura A ou B, mas terei o desprendimento necessário para abrir mão por uma causa maior: o fortalecimento de uma candidatura que possa representar as propostas que tenho para João Pessoa, e, sobretudo, que façam parte de um projeto maior, um projeto que passa pelo resgate da Paraíba, sofrida, maltratada por uma gestão tirana que buscar controlar também os rumos da Capital.
É um gesto que acredito, será acompanhado por todos os tucanos de João Pessoa, tenham ou não mandatos. Precisamos dar uma oportunidade ao diálogo e evançar nas boas práticas. Nossos adversários são aqueles que acham que podem controlar o povo com um populismo que está sendo desmascarado em todo o País. Os que querem trabalhar pelo povo podem conversar e planejar o futuro. Como presidente do PSDB, essa será minha posição e contribuição para abrir a porta do diálogo. Esse será o primeiro passo. Muitos outros virão até que possamos convergir para um consenso dentro da perspectiva de buscar o melhor para João Pessoa e o melhor para a Paraíba.
Juntos seremos capazes de fazer mais e melhor.
Ruy Carneiro
Presidente do PSDB (PB)