O governador Ricardo Coutinho participou, nesta quinta-feira (11), de uma reunião no Palácio da Redenção para discutir os avanços de pesquisas relacionadas à microcefalia, má formação do crânio que atinge bebês e que em alguns casos têm ligação com o vírus zika. A vice-governadora Lígia Feliciano, a secretária da Saúde, Roberta Abath, a coordenadora da Rede de Cardiologia Pediátrica da Paraíba, Sandra Mattos, o diretor do Centro de Controle de Doenças do Governo dos Estados Unidos no Brasil, Aristides Barbosa,e o coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, participaram do encontro, além de outras autoridades.
Durante a reunião foram apresentados dados sobre uma pesquisa realizada pela Paraíba, que mostra que a microcefalia já aparecia no Estado desde 2012, portanto, sendo diagnosticada antes do aparecimento da zika. “Pretendemos aprofundar essas pesquisas, que já foram iniciadas, a fim de achar respostas para questões de interesse da sociedade. Os resultados da pesquisa colocam em evidência a relação entre o vírus zika e a microcefalia. É preciso um estudo maior para entender se todos os casos estão relacionados ou tem outras possíveis causas”, destacou Ricardo Coutinho.
“O Estado está desenvolvendo um projeto com a Rede de Cardiologia Pediátrica, através do uso da telemedicina, para facilitar o diagnóstico da microcefalia. Os resultados mostraram que os casos podem não ter relação com a zika. Diante disso, a Paraíba vem se destacando e sendo procurada por países como a Austrália e Japão. Nosso Estado será contemplado com o aporte nas pesquisas futuras e buscaremos parcerias com pesquisadores dos Estados Unidos. Este é um passo importante não só para nós, mas para o mundo”, declarou a secretária de Saúde, Roberta Abath.
De acordo com a coordenadora da Rede de Cardiologia Pediátrica da Paraíba, Sandra Mattos, uma força-tarefa foi feita com bebês paraibanos, verificando, entre outros, o tamanho craniano das crianças e as que se enquadravam nas características da microcefalia. “As informações foram organizadas em um banco de dados, logo após compilamos os resultados e mandamos para a Organização Mundial de Saúde, que publicou nosso estudo e se ofereceu para nos ajudar na condução das pesquisas”, afirmou.
Sandra Mattos ainda enfatizou que a reunião serviu para discutir o modelo de enfrentamento estadual da microcefalia, que utiliza a rede de telemedicina para ampliar o atendimento das crianças, além de pensar como será dado o seguimento nas pesquisas na região. “O projeto já está sendo apoiado pelo Ministério da Saúde e esperamos também a colaboração do Centro de Controle de Doenças do Governo dos Estados Unidos, que veio conhecer detalhes sobre o projeto e também outros parceiros”, adiantou.
Na reunião, o coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, parabenizou o trabalho feito na Paraíba. “Esse esforço governamental é louvável e só temos a parabenizá-los por todo empenho em trazer respostas concretas em relação à microcefalia. A Paraíba foi escolhida para o nosso estudo de caso-controle, pelo fato de ter qualidade no sistema de vigilância em saúde no Estado, além de apresentar excelente performance nas medidas de combate ao aedes”, falou.
O Estado foi pioneiro com a utilização do aplicativo “Aedes na Mira” que hoje é usado em mais 7 estados, além disso se mantém entre os mais exitosos em relação às visitas domiciliares. De um total de 1.177.843 imóveis, já foram visitados até o momento, 901.015, o que equivale a mais de 76%. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, até o momento foram notificados 753 casos suspeitos de microcefalia na Paraíba.