A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Crimes contra a Pessoa (Homicídios) de João Pessoa, prendeu na tarde da quinta-feira (18), João Paschoal Luz da Silva, de 40 anos e Camila da Silva, de 19 anos. Eles são suspeitos de participarem diretamente do assassinato da enfermeira Elizabeth Costa, de 60 anos, no mês de dezembro do ano passado. O crime aconteceu dentro da residência da vítima, no bairro do Cuiá, Zona Sul da Capital, quando a enfermeira foi morta com 38 facadas.
De acordo com o delegado titular da especializada, Reinaldo Nóbrega, a prisão de José Paschoal foi realizada por investigadores da Homicídios de João Pessoa com apoio da Polícia Civil de Pernambuco, na cidade de Jaboatão dos Guararapes (PE) e Camila da Silva foi presa em casa, no bairro do Geisel. “As investigações foram intensas desde o dia do crime. Levantamos dados, colhemos depoimentos e em conjunto com o Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC) conseguimos elucidar o caso e apontar com clareza os dois suspeitos”, disse a autoridade policial.
Para a delegada Maria das Dores Coutinho, responsável pelo inquérito, as provas técnicas levantadas pela polícia apontam que José Paschoal foi até a casa da vítima na intenção de cometer o crime. “Em depoimento, entendemos que ele já foi à residência planejando executar a enfermeira. Para isso, ele convenceu sua inquilina, Camila da Silva, a ir até a casa da vítima chamá-la e, nesse momento, ele apareceu, entrou na casa e executou o assassinato. Segundo o que apuramos, a motivação para o crime está ligada a um envolvimento amoroso existente entre a companheira do suspeito e o filho da vítima. José Paschoal entendia que a enfermeira poderia ter evitado o relacionamento extraconjugal”, disse a delegada.
Ainda segundo a Polícia Civil, o trabalho de isolamento de local de crime foi essencial para coletar o máximo de materiais necessários a exames realizados pelo Instituto de Polícia Científica. “Em dois meses de investigação tivemos acesso às imagens de câmeras de segurança próxima a residência da vítima, recuperamos a bermuda que o suspeito usava e ainda a faca utilizada na ação criminosa”, frisou a delegada Maria das Dores. A perita criminal do laboratório de DNA da Paraíba, Gisleide Bastos, afirmou que os exames de DNA foram essenciais para indicar os respectivos materiais genéticos dos envolvidos no assassinato. “Nas vestimentas do suspeito foi encontrado sangue da vítima e na faca foi encontrado perfil genético do suspeito, isso ajudou bastante a delimitar o caso e apontar as participações no assassinato”, avaliou.
Reconstituição do caso – As informações técnicas levantadas pelo perito criminal Aldemir Lins apontam que não havia marcas de violação no portão e nem na porta da casa da enfermeira, que recebeu o suspeito dentro da residência, forneceu água para ele e após minutos de conversa, Elizabeth foi assassinada com 38 facadas, sendo 25 na região do pescoço, cabeça e tórax. Com os exames, foi possível identificar que as perfurações foram realizadas por uma faca de sete polegadas, com 18 centímetros de lâmina. A ação criminosa durou cerca de sete a oito minutos e a vítima tentava se defender a toda instante. O suspeito iniciou os golpes nas costas da vítima, que tentou se esconder dentro de um quarto da residência, onde foi morta.
Para a Polícia Civil, o caso é considerado concluído, e com o cumprimento dos mandados de prisão preventiva, os suspeitos responderão pelo crime de homicídio duplamente qualificado, pelo motivo fútil e crueldade na ação. A dupla será encaminhada para unidades prisionais do Estado, onde deverão aguardar as decisões da Justiça.
Por: Secom-PB