Pesquisa Datafolha divulgada na tarde deste sábado mostra que o apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff cresceu oito pontos percentuais em um mês e chegou a 68%.
A reprovação ao governo também subiu e alcançou 69%, próximo do recorde de 71% registrado em agosto do ano passado, até hoje a taxa mais alta desde o início da série histórica do Datafolha, em 1989. O índice dos que defendem a renúncia também subiu e passou de 58% para 65%.
De acordo com o instituto, o apoio ao impeachment da presidente cresceu em todos os segmentos, com maior intensidade em três recortes: entre aqueles de 45 a 59 anos (de 52% para 68%); entre os maiores de 60 anos (de 48% para 61%); e entre os eleitores com renda mais alta (de 54% para 74%).
De acordo com o Datafolha, em fevereiro, 60% dos entrevistados não acreditavam que o impeachment se concretizaria. Agora, a parcela caiu para 47%.
LULA: REJEIÇÃO RECORDE
A rejeição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a 57%, o maior índice já registrado. A taxa cresce conforme o aumento da renda familiar e chega a 74% entre os que recebem mais de dez salários mínimos por mês. Entre os mais pobres, a rejeição é de 49%. Para 73% dos entrevistados, Dilma agiu mal ao nomear Lula para o ministério da Casa Civil — a posse foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal. Já 69% acreditam que Lula aceitou o cargo para ganhar foro privilegiado, enquanto 19% dizem que ele queria ajudar o governo.
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A corrupção aparece na pesquisa como o maior problema do país: 37% dos entrevistados manifestaram essa opinião.
O vice-presidente, Michel Temer, que assumiria em caso de impeachment, também não encontra apoio na população. Entre os entrevistados, 16% acreditam que um eventual governo seria ótimo ou bom, enquanto a taxa de reprovação (aqueles que avaliam em ruim ou péssimo) é de 35%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 18 de março. O Datafolha ouviu 2.794 eleitores em 171 municípios do país.
O Globo