A presidente Dilma Rouseff deve encontrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo neste sábado (5). Depois, a presidente deve seguir para Porto Alegre (RS), onde terá apenas compromissos pessoais.
Será o primeiro encontro de Dilma com Lula depois de a Polícia Federal ter deflagrado, na sexta (4), nova etapa da Operação Lava Jato, cujo foco era o ex-presidente. Além de levar Lula para depor, em um posto da PF no aeroporto de Congonhas, os policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP), na sede do Instituto Lula, na capital paulista, e no sítio que era usado por ele em Atibaia (SP).
Segundo o Ministério Público Federal, Lula está sendo investigado porque há indícios de que ele recebeu dinheiro desviado da Petrobras por meio da execução de reformas no apartamento triplex do Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia (SP).
Os procuradores ressaltaram ainda que há evidências de que o petista recebeu móveis de luxo nos dois imóveis e teve a armazenagem de bens em uma transportadora bancada pela construtora OAS, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato.
Lula
Depois de prestar depoimento à PF, Lula fez um pronunciamento. O ex-presidente disse que que se sentiu “prisioneiro” por ter sido levado coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal.
O presidente afirmou ainda que “acertaram o rabo da jararaca”, mas “não mataram”. E também falou sobre a presidente Dilma Rousseff: “Não permitem que a Dilma governe esse país”.
Lula também afirmou, em manifestação a militantes na sede do PT em São Paulo, que vale mais “o show midiático” do que a “apuração séria”.
“Lamentavelmente, eu acho que estamos vivendo um processo em que a pirotecnia vale mais do que qualquer coisa. O que vale mais é o show midiatico do que a apuração séria, responsável, que deve ser feita pela Justiça, pela polícia, pelo Ministério Público”, disse o ex-presidente.
Dilma
A presidente Dilma Rousseff fez uma declaração, no Palácio do Planalto, sobre o ocorrido. Ela manifestou o “mais absoluto inconformismo” com a “desnecesária condução coercitiva” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Quero manifestar o meu mais absoluto inconformismo com o fato de o ex-presidente Lula, que por várias vezes compareceu de forma voluntária para prestar esclarecimentos perante as autoridades, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar mais um depoimento”, disse a presidente.
G1