A parceria entre o Centro Cultural Ariano Suassuna, do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba e a Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa, desdobra-se em mais uma oportunidade única para a cultura pessoense. É assim que se define o concerto que a Banda 5 de Agosto, da Cidade de João Pessoa, fará no próximo dia 19/03, às 18h, no CCAS.
A entrada é franca e o repertório do concerto – de grande emoção – trará temas de filmes e musicais da Broadway, devendo reunir expressivas autoridades da música paraibana e o público em geral.
BANDA 5 DE AGOSTO – Criada em maio de 1964 pelo prefeito Domingos Mendonça Neto (mas oficializada apenas cinco meses depois), a “bandinha”, como carinhosamente é conhecida pelos veteranos que participaram da sua fundação, nunca perdeu a sua aura oficial, apesar da versatilidade com que se desdobrava na execução de peças clássicas e românticas de Mozart, Villa-Lobos e Beethoven – e não apenas das marchinhas e dobrados com o que é mais conhecida pelo grande público.
“A dificuldade inicial podia se resumir a tudo”, lembrou o regente titular, Adelson Machado, quando da formação da 5 de Agosto. Ia da falta de instrumentistas à falta do próprio instrumento: “Tocávamos com o que tínhamos”. Adelson, hoje com 76 anos, é o único remanescente da fundação.
25 músicos – Apenas 25 heróis compunham o primeiro quadro, alguns vivendo numa espécie de “clandestinidade” defendida à custa do amor à arte, visto que a banda só admitia militares reformados – situação que só se resolveu por volta de 1966, com a inclusão dos músicos da ativa e dos civis na folha de pagamento. “O salário era de Cr$ 28, pago em parcelas semanais de sete cruzeiros”, recordou Adelson, à época saxofonista e arranjador.
Em tempos de vista grossa para quem saísse da linha, os não reformados podiam até tocar, contanto que fora das ocasiões oficiais – e oportunidades não faltavam. Nesta era, os bailes de carnaval nos Clubes Astréa e Cabo Branco atraíam grande público e eram um chamariz ideal para a notoriedade da banda, que crescia soprada por ventos favoráveis, quando a rádio ainda era a mídia mais popular, com programas radiofônicos de grande audiência, e os aparelhos de TV, uma realidade distante de boa parte das famílias brasileiras.
Ascom/TCE-PB