O papa Francisco, no consistório ordinário do dia 15 de março, firmará o decreto para a canonização de Madre Teresa de Calcutá e anunciará a data para a proclamação de santidade da religiosa, informou o Vaticano nesta segunda-feira (07). Entre as datas possíveis, está o dia 4 de setembro, dia de falecimento de Madre Teresa.
A irmã missionária nasceu em 1910, em Skopje, hoje capital da Macedônia, sob o nome de Anjezë Gonxhe Bojaxhiu e faleceu em setembro de 1997. Sua beatificação ocorreu no dia 19 de outubro de 2003 pelo então papa João Paulo II. Sua vida foi marcada pela luta pelos mais pobres e marginalizados, o que lhe rendeu um Prêmio Nobel da Paz em 1979.
Para declarar a canonização, a Comissão da Causa dos Santos precisa confirmar dois milagres do religioso. Segundo o jornal católico “Avvenire” publicou no dia 18 de dezembro do ano passado, o segundo desses milagres aconteceu com um brasileiro.
Em 2008, um homem de 35 anos residente em Santos teria se curado repentinamente e de modo cientificamente inexplicável quando estava à beira da morte por causa de uma doença no cérebro. Sua mulher rezava constantemente para a “santa das sarjetas”.
A oficialização do reconhecimento do milagre por parte de Jorge Mario Bergoglio teria ocorrido um dia antes da publicação.
Além da indiana, serão firmados os decretos para a canonização de José Luis Sánchez del Río, Estanislau de Jesus Maria (Giovanni Papczynski), Maria Elisabeth Hesselblad e Giuseppe Gabriele del Rosario Brochero. Este último será o primeiro santo nascido e morto na Argentina, o país natal do Pontífice.
Brochero, um sacerdote nascido em 1840 e que morreu em 1914, foi proclamado beato em 14 de setembro de 2013.
Outro ponto importante do anúncio vaticano de hoje foi o da canonização do primeiro santo argentino. Isso porque, além da importância para os católicos do país, mostra uma reaproximação entre Vaticano e Argentina após a eleição do novo presidente, Mauricio Macri.
Com a antecessora, Cristina Kirchner, o relacionamento era bastante conturbado. Antes de ser nomeado líder da Igreja Católica, Bergoglio e os Kirchner tinham um relacionamento “frio”. Após sua escolha, no entanto, a postura da ex-presidente argentina foi de mostrar “amizade” com Francisco.
Entre 2013 e 2015, a mandatária foi ao Vaticano por quatro vezes e encontrou o Papa durante suas viagens na América Latina, no Brasil, em Cuba e na Bolívia.
O líder católico chegou a reclamar em uma entrevista para a emissora mexicana “Televisa”, sem citar nenhum nome, que sentia-se usado por políticos argentinos. Porém, desde que Macri foi eleito, a relação passou a ser mais “formal”.
Segundo a mídia argentina, a nomeação do novo embaixador na Santa Sé, Rogerio Pfirter, foi vista com “bons olhos” e a aprovação dele foi em “tempo recorde”. Até por causa disso, Macri optou por visitar o Vaticano apenas no último mês de fevereiro, em um encontro que durou menos de meia hora.