“Ninguém perde o que não tem. Há muito tempo o PMDB já estava trabalhando contra o governo. Nós queremos aliados com identidade com nosso projeto”, afirmou o deputado Anísio Maia, nesta quarta-feira, 30, analisando a saída formal do partido do vice-presidente da Michel Temer da base aliada do governo Dilma.
Para o petista, o PMDB tem hoje a cara do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que já tem três inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar sua ligação com o esquema de corrupção na Petrobrás. “Cunha é a cara do PMDB, é ele e não Temer, quem de fato comanda o partido e impõe seu estilo”, afirmou.
“Foi um verdadeiro pastelão que ficará registrado na história da política brasileira. Como é possível uma reunião nacional de um grande partido durar apenas três minutos? Não havia nenhum conteúdo, nenhum argumento, o importante era apenas tirar uma foto e agradar ao dono da festa, Eduardo Cunha, que é quem mandaria no país em um hipotético governo Temer”, ponderou Anísio Maia.
Reportagem publicada no dia de ontem no jornal estadunidense Los Angeles Times destaca que, no processo de impeachment, Dilma não é acusada ou investigada por corrupção, sim, aqueles que a acusam. O deputado Anísio Maia afirma que há um complô entre PMDB e PSDB no sentido de evitar que os grandes casos de corrupção no Brasil sejam realmente investigados. “Todo o espetáculo da operação Lava Jato e do juiz Sérgio Moro é um jogo político, em aliança com a mídia, para derrubar um governo democraticamente eleito”.
“Vamos aproveitar a saída oficial do PMDB para mudar a política econômica e reatar o governo com sua base social. Por incrível que pareça, esta pode ter sido a melhor coisa que já aconteceu à Dilma neste segundo mandato. Agora ela poderá montar um novo governo, recompor a base aliada no Congresso, com coesão política e defendermos todas as conquistas sociais dos últimos 12 anos que estão ameaçadas. Agora é hora de defender a democracia. “, concluiu Anísio Maia.