Os testes de radioatividade em áreas contaminadas pelo desastre nuclear de Chernobyl foram cancelados ou reduzidos em razão da crise econômica na Ucrânia, na Rússia e no Belarus. Segundo um levantamento da ONG ambientalista Greenpeace, porém, as pessoas continuam a consumir alimentos e bebidas com níveis de radiação perigosamente altos.
De acordo com testes realizados por encomenda da organização, a contaminação geral por isótopos perigosos como o césio-137 e o estrôncio-90 diminuiu um pouco, mas ainda está presente, especialmente em locais como as florestas.
As pessoas que vivem nas áreas afetadas ainda têm contato diário com níveis de radiação elevados decorrentes da explosão de abril de 1986 na usina nuclear, que gerou uma nuvem radioativa que se espalhou por muitas partes da Europa.
“Está no que eles comem e bebem. Está na madeira que usam na construção e queimam para se aquecer”, afirma o relatório do Greenpeace, intitulado “Cicatrizes Nucleares: Os Legados Duradouros de Chernobyl e Fukushima” – este último uma referência ao acidente de março de 2011 em uma planta nuclear no Japão.
O relatório de pesquisa, a ser publicado nesta quarta-feira (9), diz que a Ucrânia “não tem mais fundos suficientes para financiar os programas necessários para proteger adequadamente o público… isso significa que a exposição à radiação das pessoas que ainda moram nas áreas contaminadas provavelmente está aumentando”.
A Ucrânia, onde Chernobyl está localizada, está sofrendo com uma crise econômica agravada pela insurgência pró-Rússia no leste do país, e Rússia e Belarus também estão passando por dificuldades financeiras.
G1