A Paraíba notificou 8.116 casos prováveis de dengue no período de 1 a 27 de fevereiro. Se comparado aos 911 casos notificados em fevereiro do ano passado, o aumento é de 790,88%, revela boletim divulgado nesta quinta-feira (3) pela Gerência de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde.
Quanto à circulação viral de zika, este ano, exames laboratoriais já comprovaram sua presença nas cidades de Caldas Brandão, João Pessoa e Campina Grande, enquanto em 2015 o vírus foi detectado em João Pessoa, Campina Grande, Olivedos e Cajazeiras.
No caso da chikungunya, há circulação viral em Monteiro, Coremas e João Pessoa. Em 2015, houve a confirmação em Monteiro.
Quanto aos óbitos referentes à dengue, foram registrados oito (1 em Campina Grande; 2 em Monteiro; 1 em Sapé; 1 em Pilões; 1 em Caiçara; 1 em João Pessoa e 1 em Bayeux), que estão sob investigação.
Quanto à incidência da dengue (casos/100 mil habitantes), em 2016 a é de 204,31. No mesmo período de 2014 e 2015 foi registrado, respectivamente, 18,48 e 22,93. “Diante destes dados, é de extrema importância traçar, executar e intensificar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, numa parceria entre as gestões federal, estadual e municipal, com o envolvimento da população”, alertou a gerente executiva da Vigilância em Saúde, Renata Nóbrega.
A gerente lembra que a SES desenvolveu uma Plataforma de disponibilização de dados WEB, que pode ser consultada pelo link https://cafhbj.cartodb.com/viz/de03e782-e019-11e5-8c86-0ea31932ec1d/embed_map
Chikungunya
De 1 de janeiro a 29 de fevereiro de 2016, registrou-se 81 casos notificados como suspeita da febre. “É bom ressaltar que a oportunidade do exame sorológico para chikungunya é do 1º ao 7º dia e 16º ao 45º dia de início de sintomas, não sendo oportuna a coleta entre o 8º ao 15º dia”, lembrou Renata.
Zika Vírus
Na Paraíba existem, atualmente, três Unidades Sentinelas do vírus zika implantadas em Bayeux, Campina Grande e Monteiro, conforme recomendação do Ministério da Saúde.
Desde o dia 17 de fevereiro deste ano, ficou instituída a notificação obrigatória para todos os casos suspeitos de zika (Portarias GM Nº 204 e 205). A notificação deve ser registrada no Sinan Net.
Os casos suspeitos de zika em gestantes e óbitos suspeitos da doença devem ser comunicados à SES em até 24 horas pelas Secretarias Municipais de Saúde, pelo telefone 9-8828-2522 (Cievs) e ao Núcleo de Doenças Transmissíveis Agudas (3218-7493).
Vigilância ambiental
Nem o volume de ações voltadas à prevenção e controle – sobretudo o trabalho dos agentes de controle de endemias, vistoriando imóveis à procura de criadouros do mosquito – impediram o aumento dos casos de dengue, chikungunya e zika em fevereiro.
Diante disso, o acompanhamento das ações de controle vetorial, pelo Programa Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, passou a ser diário nos imóveis.
Considerando a recomendação do Plano Nacional de enfrentamento da microcefalia de visitar 100% dos imóveis, desde 4 de janeiro foram identificados 48.255.730 focos do Aedes aegypti em 221 municípios.
Mais de um milhão de residências foram visitadas por agentes de combate a endemias e de saúde no Estado. Em 31 cidades visitas foram feitas pelo Exército, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.
Renata alerta a população no sentido de que, historicamente, o período de maior incidência de casos de dengue ocorre entre as semanas 5ª e 21ª, que correspondem aos meses de janeiro a maio. “No entanto, a adaptabilidade do vetor às características dos imóveis e os invernos mais quentes têm proporcionado entrada de casos o ano inteiro”, explicou a gerente de Vigilância em Saúde.
Ações pra 2016 – A SES distribuiu com agentes de endemias kits de combate ao mosquito nos 223 municípios, contendo: 1 bolsa de lona; 2 camisas; 2 bonés; 2 repelentes; 2 protetores solares; 1 trena; 1 prumo de profundidade; 1 lanterna led; 1 prancheta; 1 lápis grafite; 1 caneta esferográfica e 1 borracha.
Fez treinamento sobre dengue, zika e chikungunya em fevereiro, com 412 profissionais de hospitais da Paraíba.
Aplicativo Aedes na Mira – O Governo do Estado da Paraíba lançou no dia 16 de dezembro de 2015, um aplicativo nas plataformas Android e IOS para a população denunciar a presença de focos do Aedes aegypit, através de qualquer dispositivo móvel (celular, tablet, etc.).