A expectativa do governo é influenciar os senadores com as reações externas favoráveis a Dilma, dando indicações de que o impeachment pode piorar a imagem do Brasil entre os investidores – e não o contrário.
Enquanto esta ofensiva não vem, o processo de impedimento da presidente começou a caminhar no Senado. Depois da formal leitura da decisão da Câmara no plenário, os senadores, em acordo em que cada lado cedeu um pouco, acertaram que a Comissão que vai analisar o parecer dos deputados será instalada na segunda-feira.
Renan Calheiros queria protelar um pouco mais, sobre a alegação de que não quer protelar nem atropelar o impeachment.
Com isso, isso, a votação da admissibilidade do pedido de impedimento no Senado deverá ocorrer mesmo até o dia 15 de maio. Com o governo em desvantagem: pela decisão do colégio de líderes, que as indicações dos membros do colegiado processante serão feitas por blocos partidários e não individualmente pelos partidos, os favoráveis ao impeachment deverão ter a maioria de 21 participantes na Comissão. O PMDB, que forma sozinho um bloco, terá cinco representantes.
Enquanto o impeachment ocupa avassaladoramente todos os corações políticos, e nenhuma decisão é tomada tanto no Palácio do Planalto quanto no Congresso, a economia brasileira segue sua marcha batida para ficar cada dia um pouco pior que no dia anterior. Não bastasse a paralisia natural do Legislativo, o presidente da Casa, Eduardo Cunha, também sob ameaça de perder o mandato, decidiu que naquela Casa nada se vota enquanto o Senado não imprimir um ritmo mais acelerado ao processo contra Dilma.
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