Encarregado da defesa do ex-secretário do PT Silvio Pereira, o advogado Romero Ferraz Filho afirmou, nesta quarta-feira (6), que seu cliente não fez acordo de delação premiada para ser liberado da prisão.
Silvinho, como é chamado, foi preso na 27ª fase da Operação Lava Jato na última sexta (1º) e foi liberado quatro dias depois, o que alimentou rumores de que teria feito um acordo de delação. Ferraz Filho disse, porém, que ele foi liberado após apresentação dos argumentos de sua defesa.
Segundo o defensor, Silvinho chegou a passou por momentos de “aflição”, afirmando que não deixaria a prisão por não ter o que oferecer para garantir um acordo de delação.
Ferraz Filho lembra que não são muitos os casos em que os investigados são liberados sem selar um acordo com o Ministério Público Federal e com a Polícia Federal.
O advogado diz que está reunindo documentos para comprovar que o ex-secretário do PT não praticou atos ilícitos. Ferraz Filho diz ainda que o MPF cometeu “leviandades” para embasar o pedido de prisão. Entre eles, usar como argumento contratos feitos antes de Silvinho entrar para a sociedade de uma empresa.
Segundo ele, Silvinho estava fragilizado quando afirmou que o dinheiro recebido em contratos referia-se ao pagamento para fornecimento de cestas. “Ele disse que tem documentos para mostrar que não cometeu ilegalidades, que prestou os serviços pelos quais recebeu. Depois do mensalão, ele fez questão de ter tudo documentado”, diz o advogado.
Ferraz Filho afirma que o ex-secretário do PT só prestou seu depoimento quatro dias após a prisão e que, nesse período, ficou sem comer e sem dormir. Por isso, está fragilizado.