O vereador Raoni Mendes (PSL) alegou que há má gestão da Saúde na Capital ao apresentar problemas no Complexo Hospitalar Tarcísio Burity, o Ortotrauma de Mangabeira ou Trauminha. Baseado em relatório do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), o parlamentar denunciou, na sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), nesta quinta-feira (7), que faltam materiais, remédios e que profissionais têm que decidir quem deve sofrer intervenção.
Segundo o vereador, pacientes estão levando lençóis por que o Complexo não está disponibilizando o material, pois uma máquina de lavar está quebrada. Além disso, ele alertou que pacientes estão se submetendo a realizar a limpeza nos leitos. Outro ponto é que usuários chegam a passar 24 horas em jejum para se submeterem a procedimentos que são desmarcados por falta de materiais e insumos, além disso, usuários esperariam até 120 dias para conseguir passar por cirurgia.
“Faltam luvas, esparadrapos e antibióticos, que deveriam ser administrados por sete dias, mas só há a quantidade para três; médicos revesam o respirador entre pacientes, tendo que ‘escolher’ a quem assistir primeiro, pois só há cinco oxímetros e os demais estão quebrados; também estão avariados equipamentos da radiologia e o tomógrafo”, elencou Raoni.
“Infelizmente, no Dia Mundial da Saúde, comemorado hoje (7), constatamos que o sistema de Saúde administrado por esta Gestão Municipal é um caos. O atestado do CRM-PB diz em relatório que ‘escolhe-se quem viver’. Não adianta falar em crise nacional na economia, em problemas de pactuação ou jogar a culpa para outros sem assumir as responsabilidades diante da situação. Até 2012, diante de crises e situações difíceis, tínhamos lençol, limpeza, antibiótico e remédio”, salientou o parlamentar.
Líder da situação aponta subfinanciamento
Segundo o líder situacionista na Casa, Marco Antônio (PHS), o grande problema da Saúde é o subfinanciamento, ou seja, orçamento abaixo do que se precisa. Ele informou que, em 2015, houve no Trauminha 5.251 cirurgias, e que, de janeiro a março deste ano, das 1.529 internações contabilizadas no Complexo, 902 eram da Capital e 627 de outros municípios.
“Mais de 30 hospitais fecharam na Capital nos últimos 20 anos. Faltam leitos, macas e há outros problemas que atestam isso, mas acho que não se pode justificar o fechamento do Ortotrauma devido ao que a vistoria do CRM-PB apontou, visto que seria pior se ele fechasse. Precisamos de uma regulação conjunta do Estado com o Município”, sugeriu Marco Antônio.
“Da última vez que o secretário de Saúde Adalberto Fulgêncio compareceu à CMJP, ele havia dito que houve 10 mil atendimentos na unidade e não 5 mil. Se João Pessoa é referência em média e alta complexidade, qual o motivo de só piorar e não melhorar? Em quatro anos não se pôde ampliar as melhorias?”, indagou Raoni, observando que o Município recebe pelos pacientes de outras cidades que são atendidos na Capital.
CMJP denunciou caso em 2015
Lucas de Brito (PSL) lembrou que, em março de 2015, a então bancada de oposição na CMJP – Raoni, Lucas e Renato Martins (PSB) – esteve no Ortotrauma denunciando situações semelhantes. “Só quem passa por isso sabe do sofrimento e sentimento de indignação que toma conta do cidadão. É ele quem paga seus impostos, contribui e espera que seu direito à saúde seja cumprido”, relatou.
Já Pedro Coutinho (PHS) explicou que visitou a unidade e recorreu a conversa com Adalberto Fulgêncio. “O problema de lá é localizado e vamos resolver; são palavras que me foram ditas pelo secretário. As cirurgias voltaram a acontecer, não com a velocidade que deveria ter”, comentou, otimista na resolução das questões levantadas.
Fonte: CMJP