As palavras do governador Ricardo Coutinho (PSB) em relação à pré-candidatura de João Azevedo (PSB) a prefeito de João Pessoa vão em sentido contrário à prática do postulante. Em meio à mega-especulação de que o secretário de Infraestrutura do Estado teria desistido da candidatura, Coutinho tratou de elogiar o auxiliar e tratá-lo como grande quadro. A mensagem é a de que se João quiser, ele será o nome do partido na disputa. A prática, no entanto, é bem diferente. Desde o dia 16 deste mês não se ouve nada sobre a postulação de João Azevedo, que se consolida cada vez mais como “eminência parda” para a disputa. Simplesmente, não está nas ruas.
O secretário foi a grande estrela da plenária do partido, ocorrida no dia 2 deste mês. De lá para cá, tirando umas críticas pontuais ao atual prefeito, Luciano Cartaxo (PSD), ele não produziu nada em termos de campanha. Nos bastidores há a informação de que a postulação do socialista não decola, por mais esforços que tenham sido feitos. As plenárias ocorridas nos bairros serviram apenas para mobilizar a militância mais próxima e não elevou o alcance da candidatura. Além disso, João Azevedo convive com fantasmas de nomes mais fortes no partido, como a deputada estadual Estela Bezerra; a secretária Cida Ramos e o ex-secretário Tibério Limeira.
Uma reunião foi marcada pelo diretório municipal para esta quarta-feira, quando fatalmente o tema será colocado em pauta. Se for trocar o nome do secretário, Ricardo Coutinho terá que impor uma liderança com maior peso. Nesta segunda-feira, no Conde, ele falou que não faltam bons quadros no PSB. Poderá, inclusive, puxar o deputado estadual Gervásio Maia, recém-filiado no partido, para comandar a disputa. O fato é que não existe uma liderança incontestável sob o guarda-chuvas do PSB e o tempo é curto para consolidar uma candidatura competitiva. O relógio corre contra as pretensões socialistas.
Jornal da Paraíba