Ex-ministros dos governos Lula e Dilma foram ao escritório do vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) na manhã desta quarta-feira (20) no Alto de Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. Nesta terça, Temer afirmou que vai aguardar “silenciosa” e ”respeitosamente” a decisão do Senado sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Até as 11h, Eliseu Padilha e Moreira Franco, ex-ministros da Aviação Civil, Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração Nacional, e o senador Romero Jucá (PMDB), se encontraram com Temer. O vice-presidente deixou o escritório às 13h20.
Ao chegar, Eliseu Padilha afirmou que a reunião é de rotina e que espera a decisão do Senado sobre o processo de impeachment. “É uma reunião de rotina. Vamos fazer como o Michel disse: vamos esperar paciente e silenciosamente o que acontece no Senado”, afirmou.
Sobre o fato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ver o processo de impeachment como golpe, Eliseu Padilha disse que era esperado. “A luta política é esperada. O melhor que podemos fazer é observar, observar, observar e definir, porque ainda vivemos processo de impeachment. Temos que raciocinar como alguém que está fora do governo. O governo tem que cumprir o seu papel, e o presidente Lula, ao que parece, fala em nome do governo”, disse.
Geddel afirmou que estava em São Paulo e que foi fazer uma visita ao vice-presidente para “trocarem ideias”. Para o ex-ministro, Dilma se “vitimiza” após a Câmara aceitar o processo de impeachment contra ela.
“Eu acho que sobretudo à presidente Dilma tem que parar com essa história de querer se vitimizar, de denegrir a imagem do Brasil. O que a presidente Dilma tem que fazer é respeitar a Constituição e parar com essa conversa fiada de que houve golpe. Ela perdeu a maioria no Congresso. Quem consegue 100 votos em uma votação importante como essa, perdeu qualquer condição de governabilidade. O povo brasileiro precisa entender que houve sim crime de responsabilidade. Ela feriu a Constituição, feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, e a Câmara dos Deputados já se manifestou”, disse.
“E esse discurso de querer se vitimizar, bancar a pobrezinha para angariar pena faz apenas para denegrir a imagem do Brasil. Não ajuda em nada, e ninguém mais vai aceitar esse tipo de discurso que o PT tenta fazer”, completou.
Geddel pediu celeridade no processo. “O Brasil quer pressa, que se solucione este problema. Nós temos graves problemas na economia que só fazem se agravar. Portanto quem está querendo uma manifestação o mais rápido possível do Senado, dentro, evidentemente, do que determina a Constituição, o regimento e as condições políticas, é o povo brasileiro”, disse.
O senador Romero Jucá disse que o encontro “foi uma discussão política”. “Discutimos a conjuntura. A sociedade cobra uma posição rápida. Eu vim aqui fazer um relato ao vice presidente Michel Temer de como está o procedimento no Senado”, disse Jucá.
“Além disso, discutimos o cenário nacional e internacional com muita preocupação porque a postura do governo e da presidenta Dilma no fundo está comprometendo a imagem do país. Estamos muito preocupados com o tipo de mensagem equivocada e até maléfica que está sendo passada para os setores internacionais, que não têm o detalhes dos procedimentos constitucionais no Brasil.”
“Eles podem ser enganados com a tentativa da passagem de uma imagem de que há um tipo de golpe quando na verdade o que está se fazendo é julgar crimes cometidos por um governo que está hoje desacreditado perante a sociedade e jogando o país em um imenso buraco”, disse Jucá.
Também na manhã desta quarta, compareceram ao escritório de Temer o consultor político Gaudêncio Torquato e o ex-controlador geral do município de São Paulo, Roberto Porto (PMDB).
G1