O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) utilizou a tribuna na Câmara Federal, nesta terça-feira (5), para defender a saída da presidente Dilma Rousseff (PT) do Governo, pelos atos que cometeu no caso da Operação Lava a Jato e por ter agravado problemas na saúde e educação, por não conseguir consolidar a economia e pelo rombo nos cofres da Petrobras. Porém, afirmou que a saída do PT do poder não resolverá todos os problemas do País. “Quem vence as eleições não leva para casa um cheque em branco; leva ao Palácio do Planalto uma responsabilidade que acompanha o tamanho da Nação”, disse.
“Eu não quero com isso também simplificar as coisas, dizer que é só retirando o PT da Presidência que vamos retomar o crescimento e voltar a competir com o mundo. É mais complexo do que isso. O que não dá é sustentar que não houve nenhuma irresponsabilidade administrativa, diante dos resultados apresentados pelo Governo Federal”, disse.
De acordo com Pedro, entre o impeachment e o golpe existe um só País, que divide os mesmos desafios. Ele destacou que a exemplo dele, aqueles que pedem o impedimento do Governo do PT acompanham a dificuldade de uma economia que recuou 3,8% no ano passado e que talvez recue ainda mais este ano. “Todos aqueles que dizem que o processo em curso nesta Casa é golpe se deparam com mais de 9 milhões de brasileiros desempregados”, destacou.
O parlamentar afirmou que não importa se querem o impeachment ou não, mas o relatório da OCDE, que avalia a educação, mostra que, entre 64 países, ocupamos o 58º lugar. “A Petrobras, que é de todos nós, registrou um prejuízo de R$ 34 bilhões de reais em 2015 —o seu pior resultado —, que se soma ao prejuízo de outros 21 bilhões, em 2014. A nossa situação, portanto, não é fácil”, disse.
Em sua fala, Pedro disse que quem vai às ruas junto a milhões de brasileiros para levar o seu manifesto contra a corrupção é porque é ‘um coxinha’. Se o Ministério Público Federal, segundo o parlamentar, diz que o esquema de corrupção na Petrobras pode chegar a R$ 20 bilhões, a resposta é que no tempo do PSDB não existia apuração.
“Acontece que o momento que o Brasil vive é muito importante para se gastar com adjetivos e compensações. Precisamos de saídas, de menos ideologia e mais resultado, de menos Esquerda e Direita e mais educação. A República Federativa do Brasil ficou pequena para a agenda do PT, que só consegue acompanhar a República de Curitiba. E, como se jogando uma cortina de fumaça em nossos problemas reais, como se o debate fosse só político e ideológico, tudo termina em Não vai ter golpe!”, comentou.