Com um placar de 15 votos a 5, a Comissão Especial do Impeachment aprovou na tarde desta sexta-feira (6) o relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) recomendando o impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT). A sessão foi presidida pelo senador paraibano Raimundo Lira (PMDB), que só votaria em caso de empate, o que não aconteceu. A posição do colegiado precisará ser confirmado ainda por maioria simples (42 votos) no plenário da Casa, para que a presidente seja afastada por 180 dias.
A sessão desta sexta-feira, tal qual o histórico dos debates, teve momentos de muita tensão. Os trabalhos foram abertos com um bate-boca entre os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Lindbergh Farias (PT-RJ), ambos paraibanos. O tucano levantou a questão de que o petista estaria compartilhando em suas redes sociais frases atribuídas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), mas que não correspondiam à verdade. As postagens apresentavam o mineiro se queixando do “alto valor” do salário mínimo.
Durante a discussão, rebatendo os petistas, Antonio Anastasia ressaltou por mais uma vez que, na decisão da denúncia contra Dilma, não se discute honestidade, mas a responsabilidade no exercício da função. Ele foi confrontado várias vezes, em debates, pelos senadores petistas Lindbergh Farias e Humberto Costa, além de Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Todos questionavam as provas apresentadas para apontar ilegalidade nos atos praticados pela presidente Dilma Rousseff.
Caso seja afastada, Dilma será substituída no cargo pelo vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), que já tem articulado a composição de um eventual governo. Depois da decisão do plenário, já afastada, a presidente vira ré no processo de impeachment e, durante os 180 dias, poderá se defender das acusações até que haja nova votação do relatório, que precisará em seguida ser confirmada pelo plenário, também por maioria simples. Se isso ocorrer, é marcada uma sessão que será comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.
Na última sessão, caso dois terços dos senadores decidam pelo afastamento da presidente, ela perderá o cargo em definitivo e ficará inelegível por oito anos. O vice, Michel Temer, neste caso, assumiria o poder em definitivo e ficaria no comando do país até 31 de dezembro de 2018.
Veja como votaram os senadores
Pelo sim
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Ana Amélia (PP-RS)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Dário Berger (PMDB-SC)
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Gladson Cameli (PP-AC)
Helio José (PMDB-DF)
Romário (PSB-RJ)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Simone Tebet (PMDB-MS)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Zezé Perrella (PTB-MG)
José Medeiros (PSD-MT)
Pelo não
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
José Pimentel (PT-CE)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Telmário Mota (PDT-RR)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Presidente
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Jornal da Paraíba